quinta-feira, maio 27, 2004

Pedagogia dos Media na Universidade do Algarve

O curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Algarve organiza as II Jornadas de Comunicação sob o tema "Pedagogia dos Media - Imagens em Movimento". A iniciativa tem lugar em 3 e 4 de Junho, em Faro.

quarta-feira, maio 26, 2004

Professores no Brasil. E em Portugal?

Acaba de ser divulgado um estudo feito pela UNESCO-Brasil, que procurou caracterizar o perfil dos professores brasileiros do ensino fundamental e médio ("O perfil dos professores brasileiros: o que fazem, o que pensam, o que almejam"). Recorro à síntese feita pelo Intermezzo:
"Pouco mais de 20% dos professores lê jornal apenas uma ou duas vezes por semana. Mais de 40% dos docentes foram no máximo uma vez a museus. 58,4% nunca usa a Internet e quase 60% não tem correio eletrônico. A maioria, 74,3% tem como principal forma de lazer e informação a televisão. Outros dados divulgados essa semana pela Unesco: 80% têm entre 25 e 45 anos; os pais de 81% dos entrevistados não completaram o ensino básico; um terço dos professores se diz pobre. Mais da metade acredita que seus alunos enfraqueceram valores como compromisso social, responsabilidade, seriedade, honestidade, tolerância e respeito aos mais velhos."
O blog fornece links para os jornais que trouxeram matérias sobre o assunto.
Alguém conhece resultados de estudo análogo sobre os docentes portugueses? Se não há, valeria a pena fazer.

Países de língua portuguesa têm alto índice de analfabetismo

"O acesso universal à educação ainda é o maior desafio de sete dos oito países de língua portuguesa. A exceção é Portugal. Em países como o Timor Leste, o analfabetismo atinge pelo menos 50% da população adulta. Além disso, 25% das crianças e jovens entre seis e 16 anos não freqüentam a escola. Em Angola, a guerra de quase quatro décadas destruiu o sistema educacional. Apesar de pacificado há dois anos, o país tem milhares de pessoas analfabetas e profissionalmente desqualificadas. No Brasil, apesar do avanço nos últimos anos, ainda são 20 milhões de jovens e adultos que não sabem ler nem escrever.
Esse foi um dos temas de debates da reunião preparatória, ontem, dia 24, da V Conferência dos Ministros de Educação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se realiza em Fortaleza. ?Enfrentar o analfabetismo é o primeiro passo para a inserção de um país no cenário econômico e social?, disse a embaixadora Vitória Cleaver, chefe da Assessoria Internacional do MEC...."
(Ler mais AQUI)

terça-feira, maio 25, 2004

Como é que os adolescentes imigrantes usam e avaliam as notícias

Uma comunicação apresentada esta semana, num dos foruns de Barcelona 2004, aborda um tema do qual estamos cada vez mais próximos:
"Migrant News Seekers: News media use and evaluation by Moroccan and Turkish adolescents in Flanders", de Noël Clycq do Policy Research Centre on Equal Opportunities (University Antwerp, Bélgica)
O resumo:
"This article empirically examines the use and evaluation of television news by young
?news seekers? of Moroccan and Turkish origin. The main research questions are: Do
?migrant? adolescents, between 18 and 28 years, consult the Flemish television news?
And, if so, how do they evaluate these broadcastings? By means of in-depth
interviewing we tried, in this qualitative study, to gain understanding in their
behaviour and attitudes towards Flemish television news. The results show that
respondents often do consult the Flemish news media, in particular the two main
Flemish broadcasting organisations, VTM (commercial television) and VRT (state
television). Satellite television is less popular among our respondents but nevertheless they sometimes consult these channels for a second opinion. Although the
consumption of Flemish television news is high, the respondents ventilated a few
critical remarks. Mainly the representation of ethnic minorities and of the Islam was a cause of concern for our respondents".

segunda-feira, maio 24, 2004

"Telejornalismo e Educação para a Cidadania"

Acaba de ser lançado no Brasil o livro "Telejornalismo e Educação para a Cidadania", da editora Beca e da autoria de Verônica Azevedo. "Trata-se de uma leitura que discute a inter-relação entre Educação e Comunicação, além de tratar sobre a importância de se abrir um espaço nos meios de comunicação, para que jovens e crianças se expressem sua criatividade e crítica. A autora faz um painel sobre a educação e os meios de comunicação em vários países e discute a função social do jornalismo e analisa o caso especial do telejornalismo no Brasil. A obra ainda relata com uma experiência prática realizada com jovens no interior de São Paulo, em uma parceria com 12 escolas públicas, uma emissora de TV aberta e a Universidade". (Fonte: JBCC)

sexta-feira, maio 21, 2004

A literacia, as crianças e o direito à informação

"THE RIGHT TO INFORMATION: THE KEY TO CHILDREN'S LITERACY AND LITERATURE" é o tema da coneferência que a Doutora Marian Koren profere segunda-feira, pelas 10.30, no Anfiteatro do Instituto de Educação e Psicologia, da Universidade do Minho, em Braga.
A Doutora Marian Koren é Presidente do Comité Freedom of Access to Information and Freedom to Expression da International Federation of Libraries Associations (IFLA) e
Secretária da Divisão de Educação e Formação da IFLA. A conferência é uma iniciativa conjunta do Projecto "Literacias: Contextos, Práticas, Discursos", desenvolvido no âmbito do Centro de Investigação em Educação, e dos Serviços de Documentação da Universidade do Minho.

terça-feira, maio 18, 2004

O provedor dos leitores e a educação para os media

O novo provedor do DN, José Carlos Abrantes,trata, na sua coluna semanal, intitulada, desta vez, Interrogar o mundo a partir dos media da relação entre a função que exerce e a educação para os media. Deixo uma parte:

"Um acaso levou-me a Belfast no fim da semana passada, transferindo assim a reflexão sobre os media dos EUA para a Europa.
Transferência que não foi apenas geográfica mas também de mudança de perspectiva. De facto agora na Irlanda os mais de 200 congressistas reflectiram sobre educação para os media na Europa, domínio que é uma abordagem crítica da comunicação social e também uma oportunidade de interrogar o mundo em que vivemos a partir das representações que nos são fornecidas ou que construímos. Esta abordagem pode ser feita nas escolas como noutros lugares institucionais, ser feita com crianças, com jovens ou com cidadãos de todas as idades. Terá o papel do provedor dos leitores alguma coisa a ver com esta perspectiva de aprofundar, como competência dos cidadãos, um conhecimento crítico sobre os media? Julgo que sim.
O provedor exerce uma função que se situa entre os leitores e os jornalistas e entre estes e os leitores. Podemos pensar que, por vezes, será necessário explicar aos leitores como funciona a construção das notícias. Esse trabalho de explicação das rotinas jornalísticas cabe no papel do provedor, e pode classificar-se como integrado na educação para os media. Alguns exemplos: quais as rotinas tecnológicas e humanas que trazem, cada dia, cada hora, informações à redacção? Ou: como se decide o conteúdo do jornal do dia seguinte?
Da correspondência que tenho recebido verifico também que o papel do provedor é por vezes compreendido de uma forma demasiado extensiva, desejando algumas vezes os leitores que o provedor se pronuncie sobre matérias que não lhe estão atribuídas (como as colunas de opinião, a vigilância sobre a publicidade ou os produtos que são distribuídos ou postos à venda em conjunto com o jornal), solicitando, outras vezes, intervenções que não pode fazer, pois estas cabem nas competências do director, como a publicação de cartas do leitor na Tribuna Livre.
Outro aspecto será seguramente a interrogação sobre as escolhas narrativas, éticas e deontológicas feitas pelos autores de notícias. Desde que pelas interrogações e posições dos leitores, pelos comentários dos jornalistas ou pelas observações do provedor se entenda que a informação é uma realidade construída, uma narrativa não ficcional, teremos seguramente aberto um caminho de reflexão que interessa aos cidadãos em geral e aos educadores, em especial.
Uma última dimensão tem a ver com a própria integração do pensamento dos leitores na construção diária do jornal. Um jornal traduz-se em múltiplas relações (director/jornalistas, jornalistas-fontes?). Há também a relação jornal/leitores, relação fundadora da existência e continuidade do jornal. Trazer o mundo dos leitores para a vida quotidiana do jornal é seguramente uma mais-valia de qualquer publicação que decide ter um provedor. Didier Epelbaum (ex-provedor de France 2) lembrou-me recentemente, numa conversa, que Benjamin Bradley, chefe de redacção do Washington Post ao tempo do caso Watergate, teria afirmado que os jornalistas são provavelmente mais inteligentes que grande parte do público. Mas, dizia Bradley, há uma parte do público que é tão inteligente como os jornalistas e uma outra parte será, seguramente, mais inteligente que os jornalistas. É um privilégio da profissão de jornalista poder assim conviver com diferentes capacidades e poder aproveitar o que de melhor há na sociedade, mais concretamente nos seus leitores, para, quando é preciso, corrigir o tiro ou mesmo evitá-lo. E esta dimensão do outro é uma dimensão da educação para os media, arriscaria mesmo, de toda a educação. Viver com o outro, viver com os outros é prova de maturidade cívica, também de excelência profissional neste caso."



COMPETÊNCIAS DO PROVEDOR DOS LEITORES
Compete ao provedor dos leitores:
- Analisar as reclamações, dúvidas e sugestões formuladas por escrito pelos leitores.
- Proceder à crítica regular do jornal, com base nas regras éticas e deontológicas do jornalismo.
- Analisar e criticar aspectos do funcionamento e do discurso dos media que se possam repercutir nas reclamações com os respectivos destinatários.

Literacia digital e educação para os media

O Portal e-Learning Europa acaba de colocar em linha um texto de J.M.Perez Tornero, professor da Universidade Autónoma de Barcelona, intitulado Digital Literacy and Media Education: an Emerging Need, que merece leitura atenta, conjugado com um fórum de discussão sobre o meso tema, já antes aberto. Trata-se de enriquecer e alargar a orientção dominante em muitos projectos de e-learning, muito centrados nas competências técnicas e de uso de ferramentas.
Para o autor, a literacia digital constitui um processo que envolve pelo menos quatro dimensões:
"· Operational: The ability to use computers and communication technologies.
· Semiotic: The ability to use all the languages that converge in the new multimedia universe.
· Cultural: A new intellectual environment for the Information Society.
· Civic: A new repertoire of rights and duties relating to the new technological context."

domingo, maio 09, 2004

"Crescer entre linhas": um projecto para promover a leitura de jornais

Aproximar os jovens da leitura de jornais é o principal objectivo do convénio de cooperação assinado ontem numa localidade perto de Siena, em Itália, envolvendo alguns dos principais diários europeus de referência. Contam-se, entre eles, o "Times", "Le Monde", "El Mundo", "Frankfurter Allgemeine" e "Corriere della Sera". Associaram-se ainda os italianos "Il Sole 24ore" e "Quotidiano Nazionale". O nome do projecto é "Crescer entre linhas".

Informações complementares:
- "Crescere tra le righe - Giovani, Editori e Istituzioni a confronto"
- Studenti e giornali, un patto europeo
- Il Quotidiano in Classe: leggere per crescere
________________________________

Eis a Notícia publicada por "El Mundo":

EL MUNDO firma un acuerdo para llevar la prensa a la escuela con otros 4 grandes diarios europeos

IRENE HDEZ. VELASCO

¿Qué diantres es la Hoja de Ruta para Oriente Próximo? Cuándo se dice que una empresa ha experimentado un crecimiento negativo ¿significa eso que ha tenido pérdidas o ganancias? ¿De qué hablamos cuando hablamos de déficit?

El 66% de los chavales europeos se lamenta de que en muchas ocasiones no entiende el lenguaje enrevesado con el que están escritas las crónicas periodísticas. Y no es ésa la única queja que los jóvenes le echan en cara a la prensa. Siete de cada 10 protestan de que en los diarios se dedica muy poco espacio a los problemas de la juventud.

En fin, que a la inmensa mayoría de los adolescentes se les atraganta el periódico. De hecho, sólo el 9% asegura leer habitualmente un diario, frente al 82% que afirma seguir con asiduidad los informativos de televisión. Y eso no es todo: en la última década, el número de adolescentes que lee el periódico ha caído un preocupante 10%.

A fin de tratar de poner freno a esa tendencia, cinco grandes cabeceras europeas, entre las que se encuentra EL MUNDO, firmaron el sábado un acuerdo en La Bagnaia, una localidad italiana próxima a Siena que en los últimos dos días ha sido escenario de un encuentro sobre periodismo y adolescentes organizado por el Observatorio Permanente Jóvenes-Editores. El objetivo del acuerdo: acercar a los jóvenes a la lectura de diarios y contribuir así a la formación de la clase dirigente europea del futuro.

El convenio, que lleva el explícito nombre de Crecer entre líneas, ha sido rubricado por cinco de los más prestigiosos rotativos europeos: EL MUNDO, el británico 'The Times', el francés 'Le Monde', el alemán 'Frankfurter Allgemeine' y el italiano 'Corriere della Sera'. 'Il Sole 24ore' y el 'Quotidiano Nazionale' también se sumaron a la firma del acuerdo.

Proyecto común en la UE

"Este es el Maastrich de los periódicos", proclamaba axultante Andrea Ceccherini, presidente del Observatorio Permanente Jóvenes-Editores, tras la firma de este importante acuerdo. Y, a continuación, explicaba que el objetivo de esta recién nacida alianza, que agrupa a cinco grandes de la prensa europea, es promover durante el próximo año un proyecto común en todos los países de la Unión Europea destinado a acercar a los jóvenes a la lectura de periódicos.

Una meta por la que, desde su creación en octubre de 1989, EL MUNDO siempre ha apostado. Para los fundadores de nuestro periódico, la educación siempre ha sido un factor clave en el desarrollo de las generaciones futuras, un aspecto esencial para el buen funcionamiento del sistema democrático y, quizás, el único medio para segurar la integridad y la libertad intelectual de las personas·, aseguraba Pedro J. Ramírez, director de EL MUNDO, durante su intervención en el congreso de La Bagnaia.

Como ejemplo de ese compromiso, hace cinco años EL MUNDO puso en marcha el suplemento AULA, que se distribuye en numerosos colegios de toda España. Un proyecto que está inspirado en el programa de la UNESCO Newspapers Education y en las experiencias difundidas por la Asociación Mundial de Periódicos.

El acuerdo firmado en Italia para promover la lectura de periódicos entre los jóvenes europeos ha sido ya aplaudido por numerosas personalidades del mundo de la cultura y de la política."Creo que ésta es una idea que dará frutos", comentaba por ejemplo Giulio Andreoti, ex primer ministro italiano y senador vitalicio."

quinta-feira, maio 06, 2004

La tolerancia en los videojuegos : una lectura con mapas axiológicos

Uma tese de Dina Espinosa Brilla, apresentada na Universidade de Alicante, em 2000. Aborda a distância que vai entre os valores socialmente partilhados e os valores propostos em formas de entretenimento como os jogos video. Ver;:
- Tese completa
- Introdução
- Conclusão
- Índice.

domingo, maio 02, 2004

Educomunicação foi destaque
na Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes


Ismar de Oliveira Soares
Coordenador Geral do NCE-USP

"No encerramento da Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes, ocorrida na manhã do dia 23, no espaço da Escola Naval, no Rio de Janeiro, com a presença de 2000 representantes de 40 países, um fato inédito chamou a atenção dos observadores: adultos e jovens coincidiram num ponto: ninguém ou nenhum adulto ou meio de comunicação dirigido por profissionais da comunicação estava chamado a falar em nome das crianças e adolescentes. Os mais novos têm direito ao acesso direto aos meios e aos recursos da informação e têm direito de serem preparados para assumir seu papel na sociedade, como comunicadores de suas próprias idéias e perspectivas de vida.

Defendeu-se, também, que a expressão infanto-juvenil continue a ser objeto das valiosas experiências com grupos selecionados de adolescentes, no âmbito das ONGs, mas que, a partir de agora, passe também a ser concebida como política pública, envolvendo o Estado e os que definem os currículos escolares, em todo o mundo, permitindo, desta forma, a universalização do direito à comunicação.

O que foi proposto em várias das mesas redondas e painéis é uma verdadeira revolução, defendida, há muito, pelo Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo (NCE-USP). Nesse sentido, estão certos o Projeto Vida, da Secretaria Municipal de Educação, assim como estão corretas as Secretarias de Educação Básica e de Educação a Distância do MEC em promover as práticas educomunicativas, através do Educom.rádio em 455 escolas da cidade de São Paulo e do Educomrádio.centro-oeste, em 70 escolas dos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

A educomunicação foi objeto de análise em, pelo menos, três mesas redondas ocorridas na Cúpula, tendo o NCE defendido sua tese de que um campo novo de intervenção social tem unido adultos e jovens em torno de práticas democráticas de comunicação, em todo o mundo. Por outro lado, o documento final do evento, tanto na versão dos adultos quanto dos jovens, apontou para questões defendidas pela educomunicação, especialmente ao ressaltar que a expressão comunicativa é um dos direitos universais das crianças e jovens a ser defendido pela sociedade e pelos governos.

O workshop de rádio, promovido pelo Fórum dos Adolescentes, foi certamente uma das atividades mais integradoras da Cúpula, tendo sido desenvolvido a partir do conceito de gestão participativa da comunicação, proposto pelo NCE, levando a uma verdadeira integração dos repórteres mirins com o congresso dos adultos. Uma documentação muito rica, em rádio e vídeo, foi produzida pelos próprios jovens, o que certamente facilitará a divulgação de propostas semelhantes às nossas, levadas à Cúpula por lideranças mundiais no campo da educomunicação".

Mais artigos sobre a Cimeira Mundial:
- Carta do Rio
- Mídia para crianças e adolescentes também tem sua Cúpula Mundial