sexta-feira, outubro 27, 2006

Concepções de comunicação
(em torno das propostas de Mario Kaplún)


Há, segundo Kaplún, pelo menos duas grandes formas - antiquíssimas - de entender a comunicação: como transmissão (acto de emitir, informar) e como intercâmbio (relação de partilha e reciprocidade).
James Carey (in Communication as Culture, 1985) recorre a outras categorias - transmissão e ritual - para se referir ao mesmo problema. Muitas são as tradições teóricas propostas para compreender a comunicação (para uma percepção de conjunto, consultar,por ex., R.T. Craig, 2000). Mas é possível trabalhar na base da hipótese de duas grandes macro-categorias, apesar dos riscos de reduccionismo.
Uma questão que se torna pertinente analisar - e Kaplún formula-a explicitamente - é a de saber porque será que o modelo transmissivo-informativo se tornou hegemónico, a ponto de se confundir e reduzir frequentemente a comunicação à informação.
O nosso autor propõe duas hipóteses explicativas: 1) o carácter hierárquico e autoritário das nossas sociedades; e 2) a influência da irrupção dos meios de difusão colectiva a partir dos inícios da modernidade.
As perguntas que decorrem daqui são muitas e complexas. Uma delas prende-se com a natureza dos grandes meios de difusão colectiva. Outra tem que ver com as possíveis alterações que a Internet possa estar a permitir, na última década.
Um tema para continuar a analisar.

Deixo algumas fontes sobre e de Mario Kaplún:

Kaplún, Mario (1997) De medios y fines en comunicación . Revista Chasqui, n.58
Kaplún, Mario (1998) La gestión cultural ante los nuevos desafíos. Revista Chasqui, n.64
Aire Comunicación (s/d) En recuerdo de Mario Kaplún
Silva Pintos, Virginia (2001) Mario Kaplún: La Comunicación como actitud de vida. PCLA ? Vol. 2 ? n. 4 http://www2.metodista.br/unesco/PCLA/revista8/perfis%208-1.htm

quarta-feira, outubro 25, 2006

Por uma "alfabetização tecnológica"

Sob o título "La escuela tecnificada", o Prof. Valentín Martínez-Otero, da Universidade Complutense de Madrid, chama a atenção, num artigo publicado no semanário Comunidad Escolar, para as dificuldades que se colocam ao uso das tecnologias na educação.
Sobre os riscos que se correm, escreve:
"El mal uso de la tecnología está acrecentando el eficientismo, el pragmatismo y la pérdida de sentido de la realidad educativa. Programas obligatorios de corte conductista, mensajes con forma y sin fondo, difusión masiva de información por circuitos repletos de escollos, aislamiento, ensalzamiento de la técnica e infravaloración del pensamiento, etc., son notas que presiden la utilización de la tecnología en algunos centros escolares".
Uma alfabetização tecnológica de base pedagógica supõe um conjunto de objectivos que o autor desdobra em três níveis:

Nivel de los alumnos:
* Impulsar la reflexión y la actividad del educando, por medio de tareas de búsqueda y selección razonada y razonable de la información.
* Promover la realización de trabajos en grupo que posibiliten y afiancen la comunicación cognitivo-emocional y las relaciones interpersonales.
* Mejorar las competencias de expresión y creatividad a través de la realización de mensajes verbales y audiovisuales.
* Capacitar a los educandos para que utilicen adecuadamente la información que reciben y puedan aprovecharla en su actividad académica y en su vida.
* Armonizar el desarrollo de la vertiente técnica con el fortalecimiento de la dimensión ética.
* Motivar a los alumnos merced al atractivo que estas tecnologías ejercen sobre ellos.

Nivel de los profesores:
* Favorecer la adquisición de destrezas necesarias para su uso y aprovechamiento.
* Facilitar la planificación docente a través de las tecnologías.
* Liberar a los profesores de trabajos repetitivos.
* Proporcionar soporte y material adecuado para el trabajo docente, de manera que se renueve la metodología y se disponga de elementos incorporables a las diversas áreas del currículum.
* Capacitar a los educadores para que seleccionen los recursos tecnológicos con arreglo a criterios sólidos.

Nivel organizativo del Centro:
* Incorporar progresivamente programas y equipos tecnológicos.
* Apoyar el uso de la tecnología como herramienta al servicio de todos los miembros de la comunidad educativa..
* Velar por la actualización tecnológica y la utilización responsable los recursos.
* Mejorar la planificación y la gestión de la institución.
* Fortalecer el desarrollo organizativo y la comunicación interna y externa.
Experiências:
"O Repórter da Escola"


A BBC lançou uma experiência - School Report - que visa familiarizar os miúdos de 12-13 anos com as notícias e a sua produção nos meios rádio, TV e online. Vale a pena visitar o site para conhecer mais de perto o que está ser feito por este serviço púbico de rádio e televisão.

terça-feira, outubro 24, 2006

Consulta da União Europeia sobre Educação para os Media

Por iniciativa de um grupo de trabalho criado no âmbito da União Europeia, decorre neste momento e até 15 de Dezembro uma consulta pública sobre as experiências e as propostas relacionadas com a Educação para os media. O Questionário que serve de guião a esta consulta sublinha que o objectivo é identificar conclusões e descobertas a partir das experiências levadas a cabo e, por outro lado, apontar tendências para o futuro (uma versão do documento em francês encontra-se também disponível).
O site do grupo de trabalho (grupo integrado por um único português, o Prof. Vítor Reia-Baptista, da Universidade do Algarve) traça igualmente uma rápida panorâmica a que chama perspectiva global, acerca do estado da educação para os media no mundo.
Fica aqui o desafio para que, de Portugal, surjam contributos neste âmbito.
Formar para uma cultura do digital

Agora que o MIT está na moda em Portugal, vale a pena ler um relatório ("livro branco") editado por esta instituição e da autoria de Henry Jenkins. Intitula-se "Confronting the Challenges of Participatory Culture" (pdf, 354 kb, 70 pages), e nele o autor elenca 11 novas competências em que as novas gerações (e as menos jovens) precisam de ser formadas:

* Play - the capacity to experiment with one?s surroundings as a form of problem solving.
* Performance - the ability to adopt alternative identities for the purpose of improvisation and discovery.
* Simulation - the ability to interpret and construct dynamic models of real-world processes.
* Appropriation - the ability to meaningfully sample and remix media content.
* Multitasking - the ability to scan one?s environment and shift focus as needed to salient details.
* Distributed Cognition - the ability to interact meaningfully with tools that expand mental capacities.
* Collective Intelligence - the ability to pool knowledge and compare notes with others toward a common goal.
* Judgment - the ability to evaluate the reliability and credibility of different information sources.
* Transmedia Navigation - the ability to follow the flow of stories and information across multiple modalities.
* Networking - the ability to search for, synthesize, and disseminate information.
* Negotiation - the ability to travel across diverse communities, discerning and respecting multiple perspectives, and grasping and following alternative norms.

Sublinha ainda três motivos de preocupação:

* The Participation Gap - the unequal access to the opportunities, experiences, skills, and knowledge that will prepare youth for full participation in the world of tomorrow.
* The Transparency Problem - the challenges young people face in learning to see clearly the ways that media shape perceptions of the world.
* The Ethics Challenge - the breakdown of traditional forms of professional training and socialization that might prepare young people for their increasingly public roles as media makers and community participants.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Nova sessão de formação


sábado, outubro 07, 2006

Público infantil é o que menos televisão consome em Espanha

Já era sabido que as faixas de população mais idosas viam, em média, bastante mais tempo de televisão do que as crianças. Agora, um estudo realizado em Espanha, junto de quatro mil alunos sugere que estes são, de todos os segmentos da audiência, os menos consumidores.
E em Portugal? Será que está a mudar o panorama traçado pelos últimos estudos realizados neste âmbito? E como interpretar estes resultados? Que nos dizem eles sobre a vida quotidiana das crianças?
Alguns dados divulgados pelo coordenador do estudo, Xavier Bringué, da Universidade de Navarra:
"Los datos revelan que frente al uso de la televisión, los niños prefieren otras pantallas de ocio por su mayor interacción. Así, si tuvieran que elegir entre TV e Internet, un 32% optaría por el primer medio y un 38% por la Red; un 47% prefiere los videojuegos frente al 34% que elige la televisión; y un 40% se queda con el teléfono móvil frente al 37% que escoge la tele. Entre otros datos que aporta el informe, también destaca que el 61% de los niños afirma estar solo cuando se conecta a Internet, y un 35% de los padres no les vigila de ninguna forma. Además, el 35% lo usa para jugar en Red y un 44% para descargar películas canciones y programas. En el caso de los videojuegos, el 86% juega y sus temas preferidos son la aventura y la acción; el 38% piensa que reducen su dedicación al estudio, y el 18% reconoce que pueden resultarles violentos. En cuanto al móvil, 54% de los niños tiene uno y el 29% lo utiliza para jugar".