domingo, janeiro 13, 2008

"Equipamentos tecnológicos" na sala de aula - um desafio

A propósito da notícia relativa à utilização de tecnologias móveis da professora Adelina Moura, de que se deu conta aqui, detectei algumas reacções interessantes. Uma delas aparece aí na forma de comentário, mostrando alguns receios.

Por outro lado, uma colega professora lembrou-me que no novo estatuto do aluno não superior existe uma indicação que se pode interpretar como impeditiva de que os alunos se façam acompanhar de aparelhos como os utilizados por Adelina Moura nas suas aulas.

O artigo é o 15, referente aos deveres do aluno, na alínea q.

Antes - Estatuto do Aluno do Ensino não Superior - Lei n.º 30/2002, de 20 de Dezembro
q) Não transportar quaisquer materiais, instrumentos ou engenhos passíveis de, objectivamente, causarem danos físicos ao aluno ou a terceiros;
Agora - Proposta de Lei do Estatuto do Aluno do Ensino não Superior
q) Não transportar quaisquer materiais, equipamentos tecnológicos, instrumentos ou engenhos, passíveis de, objectivamente, perturbarem o normal funcionamento das actividades lectivas, ou poderem causar danos físicos ou morais aos alunos ou a terceiros;
Esta alínea poderá lançar alguma confusão. Os docentes podem apoiar-se nela para impedir que os alunos se façam acompanhar, por exemplo, de telemóvel, ipod, consolas portáteis, computador portátil na sala de aula. Mas, então, não faria muito sentido a distribuição facilitada a computadores portáteis e quadro interactivos por parte do ME, que - julgo - pretende que sejam utilizados como ferramenta de aprendizagem.

A questão da utilização dos dispositivos tecnológicos é mais complexa do que possa parecer. Aliás, há já empresas que proibem que os seus colaboradores utilizem o telemóvel durante a actividade laboral, pois verificaram uma perda de produtividade devido ao envio de mensagens.

Da parte dos pais, as medidas tomadas pelos professores nem sempre são fáceis de entender, como comprova um recado que circula pelos e-mails e que se encontra em baixo.




Para além de um ruído efectivo (como o que sinto agora, ao ouvir a ventoinha do meu computador), a presença dos equipamentos tecnológicos pode introduzir outros ruídos em contexto de sala de aula, nada fáceis de resolver. Mais um desafio para a escola e professores...

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