segunda-feira, janeiro 07, 2008

Telemóveis, MP3 e MP4 na sala de aula? Sim!

É o título de um trabalho publicado pelo JN, da autoria de Fernando Basto e Pedro Correia. Apenas o início:

'Ontem à noite, fartei-me de ouvir a 'setôra'. Era eu a lavar a loiça e a 'setôra' a ler o Sermão do Padre António Vieira!'. O comentário é citado por Adelina Moura, professora de Português/Francês da 'Secundária' Carlos Amarante, em Braga, como prova dos bons resultados que está a obter com a utilização das tecnologias móveis no ensino" (...)

A peça do jornal é complementada por outra, intitulada:

Sermão do Padre António Vieirajá não é "pregado aos peixinhos"

1 comentário:

Anónimo disse...

Este é certamente um tema de grande interesse, pelo que o tenho debatido com várias colegas. Sumariamente, eis o que penso sobre a questão: Perante a descrição do jornalista sobre este projecto de Amarante, Admira-me que a Setora e os seus meninos ainda não tenham arranjado maneira de ficar em casa e evitar a chatice de se deslocarem à escola. Ela é que diz: "Em casa, podem ouvir tudo a partir da Net ou do telemóvel ou MP3. E podem ir passear e, pelo caminho, ouvir os textos e as explicações da professora." Com tantos apoios, - do Executivo, do Pedagógico, do Departamento, do Grupo, da Associação de Pais, da Universidade, do Jornal e de mais alguma coisa que me escapa -, certamente que essa hipótese poderá ser facilmente concretizada. A fazer fé no sucesso estrondoso do projecto, - pesa embora a consulta que fiz na manhã de 2ª feira, 7 de Janeiro, a página do projecto só registar pouco mais de 600 visitas e do blogue da turma estar inactivo desde o dia do seu registo a 2.8.2007 -, aposto que esta escola poderá estar em condições para desafiar rankings de eficiência pedagógica e económica, e, correndo até o risco de ser pioneira de um verdadeiro choque tecnológico. Primeiro, regista um domínio próprio, depois copia e grava os recursos disponibilizados pela Setora, em seguida prescinde dos seus serviços e, finalmente, promove o ensino a distância mediante registo, inscrição e pagamento de acesso a esses recursos através de avença ou pay per view. O que fizer para este programa de Português, fá-lo-á para todos os programas das restantes disciplinas. Precisa apenas de um punhado de Setoras dispostas a emular a protagonista da notícia. Pode ainda prescindir de muitas salas de aula e alugá-las, utilizando as maiores que mantiver para a realização de testes, provas ou exames presenciais para tira-teimas. O sistema generaliza-se após avaliações reportadas em teses de mestrado e doutoramento, encerram-se escolas, prescinde-se de 90% dos professores, extingue-se o Ministério da Educação e cria-se uma agência de ensino que depois há-de ir buscar criativos mais baratos aos países de expressão portuguesa. Octávio Lima