sábado, novembro 28, 2009

Rede Distrital de Educação para os Media em Castelo Branco


Uma rede distrital de colaboração no âmbito de um Projecto Educação para os Média acaba de ser criada na região de Castelo Branco, envolvendo cerca de 40 professores de 20 escolas. Segundo o jornal Reconquista, a rede inclui um grupo de discussão que pretende potenciar a troca de ideias e estratégias para melhorar o jornal escolar em cada escola, bem como o debate sobre estratégias pedagógicas sobre Educação para os Media desenvolvidas com os alunos.
A iniciativa inscreve-se num projecto de investigação e intervenção liderado pelo Doutor Vítor Tomé e que tem como consultores nomes como Pier Cesare Rivoltella (Uni. Cat. Milão) e Évelyne Bévort (CLEMI - Centre de Liaison de l'Enseignement et des Moyens d'Information).
Mais informação: AQUI.

"Falta literacia", considera António Barreto

O sociólogo António Barreto dá uma entrevista ao 'i', na qual, além de falar da fundação que dirige, tece comentários sobre a sociedade portuguesa. A dado passo, Maria João Avilez, a entrevistadora, pergunta o seguinte:
Que mais falta [em Portugal]?

Falta literacia. Tínhamos há 30 anos a mesma taxa de analfabetismo que a Inglaterra de 1800. Em matéria de alfabetização havia 150 anos de atraso. Porque é que os portugueses não lêem jornais? A falta de hábito de ler os jornais é muito importante, porque o jornal é a fonte de informação que mais está virada para o raciocínio, o pensamento, a participação. Quem vê televisão está geralmente em posição passiva.

Mas hoje a imagem é rainha. O apetite por um jornal nunca igualará o da televisão...

Mas quem tem como informação exclusiva a televisão subordina o raciocínio, o pensamento, o estudo, o lápis que toma as notas, às emoções. É mais fácil ser livre e independente com um papel na frente do que diante de uma imagem que é fabricada com som e se dirige às emoções e aos sentimentos e não à razão - ou pouco à razão. Sou consumidor de televisão e da net, mas o que quero dizer é que, ao contrário de todos os países europeus, quando os portugueses começaram a aceder à escola e a aprender a ler, nos anos 50 e 60, já havia televisão. Não se fez o caminho que todos os outros países da Europa fizeram, que foi dois séculos a lerem jornais e só depois com uma passagem gradual para a rádio e para a televisão.
António Barreto toca num ponto sensível, ao reconhecer que há, em Portugal, um problema de literacia, mas o seu universo de referência é o de uma realidade que já não existe e provavelmente nunca mais existirá. Ainda assim, o interesse do comentário mantém-se. A dúvida está em saber se aquilo que o sociólogo encontra(va) no jornal (de papel) pode ser preenchido por outro tipo de relação com a informação e o conhecimento.

sexta-feira, novembro 27, 2009

quinta-feira, novembro 26, 2009

Algumas notas do último dia da III Conferência Internacional da EAVI

Termina hoje a III Conferência Internacional da European Association for Viewers Interests) que trouxe a Madrid a discussão sobre a participação cívica através dos meios de comunicação. Na parte da manhã, o debate foi dedicado ao tema "Educação para os Media", com a intervenção de um dos autores deste blogue, o professor Manuel Pinto, que sublinhou, entre outras ideias, a importância de olhar para os media como "um recurso educacional, uma matéria de estudo, um campo de participação e expressão".
O director do Centro Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), da Universidade do Minho, assinalou algumas áreas de trabalho da literacia mediática: a política dos diferentes estados; a ética: "a formação, que antes era apenas colocada aos jornalistas, está agora igualmente do lado do cidadão"; a participação crítica dos cidadãos nos media; a ecologia ou "a participação como qualidade de vida; e o mundo em redor: "é necessário ver outros mundos". O responsável do CECS alertou ainda para a possibilidade de a literacia mediática se constituir como um meio ou um fim em si mesmo e que a tecnologia é uma técnica mas também pode ser um problema social.
No mesmo painel, estiveram ainda Ulla Carlsson, da International Clearinghouse on Children, Youth and Media at Nordicom, da Universidade de Gotemburgo, Tapio Varis da Universidade de Tampere, na Finlândia, António Perez Sanz, director do Instituto espanhol de Tecnologias Educativas e José Fernández-Beaumont, da Fundacíon Telefónica.
Neste momento decorre o último painel "Um olhar sobre a Presidência espanhola da Comissão Europeia: as políticas de literacia mediática na Europa" com a intervenção de Alfonso Morales, conselheiro da Secretaria de Estado da Comunicação, do governo espanhol, que aborda a questão da banda larga, para o qual deveria ser "um bem público". A sessão terminará com o resumo das principais linhas de discussão da Conferência, com o professor José Manuel Pérez Tornero, da Universidade Autónoma de Barcelona e Paulo Celot, secretário geral da EAVI.

V Congresso Internacional da Educared


"Inovar na escola. Modelos, Experiências e Protagonistas da implementação das TIC" é o tema do V Congresso Internacional da Educared que se realiza desde hoje até ao próximo sábado, em Madrid. O evento discutirá, entre outros temas, a formação dos professores no contexto da educação para os media, as políticas educativas para a inovação e o papel das redes sociais na educação.

Para consultar mais informações sobre o programa, aqui.

quarta-feira, novembro 25, 2009

Seminário «Os Provedores dos Media como Factores de Literacia dos Media» - U. Algarve, 26 Nov



Esta quinta-feira, dia 26, pelas 15:00, os provedores Paquete de Oliveira (Provedor do Telespectador na RTP), Adelino Gomes (Provedor do Ouvinte na RDP) e Joaquim Vieira (Provedor dos Leitores no jornal Público) participam num seminário subordinado ao tema Os Provedores dos Media como Factores de Literacia dos Media.

Mais informações sobre este seminário promovido por Vítor Reia-Baptista podem ser encontradas aqui.

terça-feira, novembro 24, 2009

III Conferência Internacional da EAVI


Começa amanhã e prolonga-se até quinta-feira a III Conferência Internacional da EAVI (European Association for Viewers Interest), no Palácio do Senado, em Madrid. A iniciativa tem como tema "A participação cívica através dos meios de comunicação" e assume-se como uma oportunidade de contribuir para a discussão sobre cidadania e literacia mediática na Europa.

Para a promoção do evento, o Gabinete de Comunicação e Educacão da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) lançou um vídeo sobre os objectivos do encontro, com alguns dos oradores convidados.

A EAVI conta com o apoio da Comissão Europeia, do Senado Espanhol, da Mentor Association e do Gabinete de Comunicação e Educação da UAB.

Para consultar o programa: aqui.

segunda-feira, novembro 23, 2009

"Canta e aprende sobre direitos de autor"


O grupo de investigação Media Education Lab, da Universidade de Temple, em Filadélfia, nos EUA, colocou dois vídeos musicais na Internet para promover uma maior compreensão sobre os direitos de autor, junto dos mais jovens. "Canta e aprende sobre os direitos de autor, a propriedade intelectual e o uso correcto dos vídeos musicais" é o lema que está por trás da inicativa que conta com os vídeos "User Rights, Section 107" e "Copyright, What's Copyright?". Utilizando músicas ritmadas, personagens que apelam ao imaginário infantil e elementos visuais atractivos, a equipa de investigação procura alertar os mais novos para as violações dos direitos de propriedade intelectual que são cometidos no MySpace, Youtube e noutras redes sociais.

O fundador da equipa ligada às temáticas da literacia mediática, Rennee Hobs, considera que
"a música torna a informação inesquecível. Os conceitos legais e abstractos podem ser expressos e recordados através dos sons e do humorismo visual. Estes vídeos musicais dão fundamentos para as pessoas pensarem criticamente sobre o uso dos direitos de autor".
O Media Education Lab completa assim um projecto de dois anos de investigação com o lançamento do "Copyright and fair Use Curriculum Guide", financiado pela John D. and Catherine T. MacArthur Foundation. No início deste mês a equipa já tinha apresentado o "Code of Best Practices in fair Use for Media Literacy", no Philadelphia's National Constitution Center.

domingo, novembro 22, 2009

Tese sobre publicidade televisiva a brinquedos

Realiza-se amanhã, segunda-feira, a prova de doutoramento em Ciências da Comunicação de Luísa Magalhães, cuja dissertação se intitula "A construção textual da proposta de jogo no spot publicitário televisivo de brinquedos para crianças".
Este evento científico terá lugar no salão de actos da actual Escola de Enfermagem da Universidade do Minho, na Avenida Central, nº 100 (ao lado da Igreja dos Congregados), no centro da cidade de Braga, a partir das 15 horas.
A Mestre Luísa Magalhães é actualmente docente do Curso de Ciências da Comunicação do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa e investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da UM. A dissertação contou com a orientação científica da Doutora Antía López, Professora Titular da Universidade de Santiago de Compostela, e do Doutor Aníbal Alves, Professor Catedrático Aposentado da Universidade do Minho.

sexta-feira, novembro 20, 2009

A comunicação na Convenção sobre os Direitos da Criança

Completam-se hoje 20 anos sobre a aprovação pela Assembleia Geral da ONU da Convenção sobre os Direitos das Crianças, a qual inclui disposições relevantes para o âmbito dos direitos de participação e expressão, a saber:

Artigo 12.º
1. Os Estados Partes garantem à criança com capacidade de discernimento o direito de exprimir livremente a sua opinião sobre as questões que lhe respeitem, sendo devidamente tomadas em consideração as opiniões da criança, de acordo com a sua idade e maturidade.

2. Para este fim, é assegurada à criança a oportunidade de ser ouvida nos processos judiciais e administrativos que lhe respeitem, seja directamente, seja através de representante ou de organismo adequado, segundo as modalidades previstas pelas regras de processo da legislação nacional.
Artigo 13.º

1. A criança tem direito à liberdade de expressão. Este direito compreende a liberdade de procurar, receber e expandir informações e ideias de toda a espécie, sem considerações de fronteiras, sob forma oral, escrita, impressa ou artística ou por qualquer outro meio à escolha da criança.

2. O exercício deste direito só pode ser objecto de restrições previstas na lei e que sejam necessárias:

a) Ao respeito dos direitos e da reputação de outrem;

b) À salvaguarda da segurança nacional, da ordem pública, da saúde ou da moral públicas.
Artigo 17.º
Os Estados Partes reconhecem a importância da função exercida pelos órgãos de comunicação social e asseguram o acesso da criança à informação e a documentos provenientes de fontes nacionais e internacionais diversas, nomeadamente aqueles que visem promover o seu bem-estar social, espiritual e moral, assim como a sua saúde física e mental. Para esse efeito, os Estados Partes devem:

a) Encorajar os órgãos de comunicação social a difundir informação e documentos que revistam utilidade social e cultural para a criança e se enquadrem no espírito do artigo 29.º;

b) Encorajar a cooperação internacional tendente a produzir, trocar e difundir informação e documentos dessa natureza, provenientes de diferentes fontes culturais, nacionais e internacionais;

c) Encorajar a produção e a difusão de livros para crianças;

d) Encorajar os órgãos de comunicação social a ter particularmente em conta as necessidades linguísticas das crianças indígenas ou que pertençam a um grupo minoritário;

e) Favorecer a elaboração de princípios orientadores adequados à protecção da criança contra a informação e documentos prejudiciais ao seu bem-estar, nos termos do disposto nos artigos 13.º e 18.º

Num trabalho há perto de dez anos feito pelas Prof. Sara Pereira e Paula Cristina Martins e editado pelo Governo Civil de Braga, este texto foi adaptado a uma linguagem mais acessível aos mais pequenos e ficou assim fixado:

12. As crianças têm o direito de dar a sua opinião e de serem ouvidas, tendo em conta a sua idade, nas decisões que lhes digam respeito.

13. As crianças têm direito de dizer o que pensam e sentem, através da fala, da escrita ou de outro meio, desde que não prejudiquem os direitos das outras pessoas.

17. As crianças devem saber o que acontece no mundo. Por isso, os meios de comunicação social (a televisão, a rádio, os jornais e as revistas) devem informá-las sobre estes e outros assuntos do seu interesse.
Os adultos devem ajudá-las a compreender o que vêem, lêem e ouvem.

ERC aprova criação de dois canais infantis

O Conselho Regulador da ERC aprovou a criação de dois canais direccionados para os públicos infantis. A notícia vem no DN:
"Biggs será o novo canal infantil e prevê uma programação dedicada a crianças entre os oito e os 14 anos de idade. Este canal pretende ainda 'cobrir uma necessidade actual do mercado, dado que o canal Disney é mais vocacionado para o público feminino e os restantes canais infantis para estas idades possuem uma programação pouco diversificada'.
Este canal é detido pela DREAMIA - Serviços de Televisão, S.A., empresa que nasce de uma joint-venture entre a ZON e a Iberian Program Services. O canal será exibido na ZON TV Cabo.
O segundo canal dirigido ao público infantil cuja actividade foi aprovada pela ERC dá pelo nome de SIC K. Este será lançado pelo grupo Impresa e emitido pela operadora para a televisão da Portugal Telecom, o Meo, que terá o exclusivo durante os primeiros seis meses. O canal deverá começar a ser exibido em Dezembro e terá ainda uma componente dedicada aos adolescentes".
Ainda de acordo com a mesma notícia, a ERC aprovou também o canal Panda (e outros dois), os quais, "apesar de disponíveis em Portugal, estavam sob jurisdição de outro estado da União Europeia".

Os pais e a vida digital dos filhos

Henry Jenkins explica porque é que os pais precisam de se envolver e participar na 'vida digital' dos seus filhos e, também, dispor-se a aprender com eles:

quinta-feira, novembro 19, 2009

Licenciatura em ... Educomunicação...no Brasil

O Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (Brasil) aprovou, nesta terça-feira, a criação de um curso de graduação de licenciatura em Educomunicação., o qual funcionará a partir de 2011 na Escola de Comunicações e Artes (ECA), com 30 vagas, no período noturno.
De acordo com uma informação veiculada pela Universidade, "a licenciatura destina-se a preparar profissionais para atender demandas provenientes do campo da educação formal (magistério) bem como da prática social, o que prevê o uso das tecnologias da informação e das linguagens da comunicação das artes em projectos voltados para a comunicação educativa. O profissional a ser formado encontrará espaço de actuação na docência, especialmente nos cursos profissionalizantes de nível médio voltados para a comunicação e as tecnologias da informação. Terá actuação, ainda, no desenvolvimento de projectos destinados a qualificar a expressão comunicativa da comunidade escolar, fazendo uso das linguagens da comunicação, das artes e das tecnologias da informação, tanto no ensino básico quanto no superior. No caso, o educomunicador desempenhará o papel de um assessor a serviço das secretarias de comunicação, das directorias de ensino e das próprias escolas. "
Este projecto tinha sido já aprovado na Escola de Comunicação e Artes em Maio passado e baseia-se num intenso e já prolongado trabalho científico, formativo e de intervenção, que vem sendo desenvolvido pelo Núcleo de Comunicação e Educação, dirigido pelo Prof. Ismar de Oliveira Soares.

Mais informação: AQUI e AQUI.

quarta-feira, novembro 18, 2009

"As crianças e a Internet" - estudo em Portugal


Estão disponíveis online os resultados da primeira fase do estudo "Crianças e Internet: usos e representações. A família e a escola", incluindo os anexos.
O estudo foi realizado por uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, coordenada pela investigadora Ana Nunes de Almeida, e financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. A primeira fase, já terminada, consistiu num estudo extensivo dos usos e representações, através de um inquérito junto de uma amostra 3039 crianças dos 6 aos 17 anos de todo o país. A segunda, já em curso e com resultados previstos para 2010, continuará a dar voz às crianças, "mas agora também a pais e professores", através de entrevistas compreensivas.

Algumas notas, extraídas das reflexões finais do estudo:
"Os resultados do inquérito ilustram um quase universal acesso ao computador com ligação à internet. Contudo, apesar desta notável inovação que parece atingir largas franjas de população infantil, descobrem-se alguns sinais de diferença no interior da tendência marcante.
Na perspectiva das crianças, e apesar da presença e até por vezes abundância de equipamentos na escola (ex.: nº de computadores, nº computadores ligados à internet, existência de banda larga), os usos da internet no processo de ensino-aprendizagem ficam bem aquém do retrato desenhado pelas estatísticas oficiais ou pelos testemunhos recolhidos junto dos próprios dirigentes dos estabelecimentos de ensino. No campo educativo, as crianças dizem usar pouco a internet na sala de aula, na relação com a escola ou com os professores; muito raramente é introduzida no ensino de disciplinas curriculares que não as TIC ou a Área de Projecto. A internet é utilizada sobretudo como complemento ou enriquecimento de tarefas e de trabalhos escolares que, antes, se faziam sem ela (...)".

"A casa é, assim, um lugar estratégico de aprendizagens – onde a internet constitui não só um recurso educativo, mas também informativo, lúdico e comunicacional. A partir de casa a criança entra no espaço global, exercitando-se como indivíduo activo, decisor e investigador por conta própria, tirando partido e construindo o seu lugar na cultura de pares. Os contactos on-line vêm acrescentar-se, alargar (e não destruir ou empobrecer) as redes de sociabilidade pré-existentes. Diante do ecrã, explorando o mundo virtual, a criança reforça a sua autonomia face aos adultos. É muito expressiva a parcela de inquiridos que afirma ter aprendido a navegar “sozinho”; por outro lado, a esmagadora maioria das crianças declara ser a pessoa que mais a usa a internet em casa, como também se considera auto-suficiente na gestão dos seus canais de comunicação e informação, nas modalidades de descoberta e visita de páginas Web".

"Fora da escola continua a jogar-se muita da aquisição da literacia digital, dos seus usos mais sofisticados, gratificantes e multifacetados; e também a modernidade da condição infantil. Daí o facto de as formas mais persistentes de clivagem digital continuarem a actuar a partir de casa, distinguindo crianças escolarizadas, cujos pais são eles próprios consumidores intensivos destes bens e serviços, utilizadores profissionais e competentes de novas TIC, os quais as iniciam e acompanham no seu uso, das crianças com origens sociais desfavorecidas, residentes em áreas não-urbanas do País, cujos pais mais dificilmente suportam (ou compreendem) a relevância da compra do acesso doméstico à internet (a que se somarão as deficiências de cobertura dos serviços de acesso à internet por parte dos diversos operadores comerciais). E daí a urgência de a escola repensar o lugar e o estatuto da internet no sistema de ensino-aprendizagem, de modo a proporcionar a todas as crianças, no espaço escolar, os seus diversificados níveis de domínio. Como recorrentemente se afirma na literatura e os resultados deste trabalho parecem confirmar para o contexto escolar: “The locus of inequality is shifting
from technology access (haves and have-nots) to quality use (as assessed by time use, skills and range of on-line activities)” (Livingstone et. al: 2005)."

terça-feira, novembro 17, 2009

Apresentação "Como TVer": 20Nov | 6ª 21h30 | Fnac Braga


(clicar na imagem para aumentar)

O lançamento deste booklet será na Fnac de Braga já esta sexta-feria, dia 20, às 21:30h, e conta com a presença de Teresa Paixão, responsável pela programação para a infância da RTP.

Os seguidores deste blogue estão, desde já, convidados.

Como se faz um livro




A Porto Editora tem disponível um vídeo sobre o processo de construção de um livro. Para além da ideia incial, o estudo gráfico, a paginação, o vídeo apresenta também os passos já no bloco gráfico, a revelação, impressão e encadernação, e armazenamento.

O vídeo pode ser visto de forma seguida ou seleccionando cada uma das partes mencionadas. A ideia é, segundo o site, dar a conhecer o trabalho que envolve a edição de um livro:

"Quando se folheia um livro, é difícil imaginar todo o trabalho e todas as dezenas de pessoas encolvidas na sua criação."

Este é um exemplo interessante e que pode ser seguido pelos jornais, por um programa de televisão, ou de rádio. Para além de promover a Educação para os Media, é também uma forma de valorizar os próprios produtos.

segunda-feira, novembro 16, 2009

Projecto "Ler em família"


O projecto “Já sei ler” coloca ao dispor das famílias matérias de apoio para o desenvolvimento de actividades que promovam a leitura e o gosto pelos livros, de acordo com informação veiculada pelo Ministério da Educação. Para tal, a escola é eleita enquanto moderadora privilegiada no processo de interacção com as famílias, sugerindo aos professores do 1.º ciclo o “recurso a estratégias que favoreçam a circulação dos livros da biblioteca escolar e dos próprios alunos".
(Continuar a ler)

domingo, novembro 15, 2009

Manifesto pela Criatividade e Colaboração No Uso da Web 2.0 nas Escolas Portuguesas


Está a ser preparado o “Manifesto pela Criatividade e Colaboração No Uso da Web 2.0 nas Escolas Portuguesas”. A ideia consiste na produção de um documento de referência para o uso criativo e colaborativo das ferramentas da Web 2.0, no contexto educativo real. O trabalho conta com a colaboração de investigadores, docentes do Ensino Básico, Secundário e Superior e outros agentes do sistema educativo português. Um dos objectivos da equipa visa a publicação do Manifesto em todas as escolas do país, em suporte papel e digital.

A ideia surgiu no curso CVAHist09 do Centro de Formação de Professores de Cascais e pretende ser o ponto de partida para uma criação de uma Wiki que permitirá a troca de ideias e projectos sobre o tema da educação para os media, por parte dos jovens. Por outro lado, o grupo pretende lançar as bases da criação de um Plano Nacional de Formação para Professores.

"TV com medida certa não faz mal a ninguém"

A citação é de Teresa Paixão, responsável pela programação para a infância da RTP, numa entrevista ao Jornal do Notícias do passado dia 15.

Teresa Paixão fala das apostas da RTP ao nível da TV para as crianças, refere alguns critérios presentes na escolha dos programas, mostra que a TV usada com 'peso e medida' pode ser positiva para as crianças e reconhece que é saudável que elas tenham outras actividades para fazer. Julgo que esta ideia ganha uma outra importância quando é proferida por quem é responsável, na TV pública, por programar para os mais novos. Mostra como a TV é encarada na vida das crianças, sendo certo que esta perspectiva influencia também a forma de pensar e fazer TV para a geração mais nova.

A entrevista pode ser lida em: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Media/Interior.aspx?content_id=1414596

Teresa Paixão estará em Braga na próxima sexta-feira, dia 20, para o lançamento do booklet 'Como TVer' no Fórum-FNAC (BragaParque), pelas 21.30h.

sexta-feira, novembro 13, 2009

JN promove fórum Entre | Palavras

Até segunda-feira próxima, as escolas interessadas em participar na sexta edição do fórum pedagógico Entre | Palavras poderão apresentar a sua inscrição.
Esta iniciativa do Jornal de Notícias dirige-se aos alunos e professores do 3º ciclo do Ensino Básico (7º, 8º e 9º anos de escolaridade) e visa incentivar a leitura e o debate de ideias nos estabelecimentos de ensino, recorrendo a notícias do jornal diário sobre temas de actualidade. "Formar cidadãos mais esclarecidos e exigentes, capazes de ler o mundo em que vivem com conhecimentos mais aprofundados e capacidade de argumentação acima da média" é um objectivo central da iniciativa, conforme se pode ler num convite endereçado recentemente às escolas.
Os projectos poderão surgir dos departamentos de Português, Área de Projectos, Formação Cívica, Estudo Acompanhado ou outras disciplinas. Em cada escola, com base em materiais de apoio enviados pelo JN, cada escola participante organiza debates intra e inter-turmas e o vencedor disputa o debate ao nível distrital entre escolas apuradas. Lá para o final do ano lectivo, haverá a grande final, um Forum de leitura e Debate de Ideias, com a participação das duas melhores escolas por distrito. Os vencedores terão, como prémio, uma viagem ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo ou Bruxelas.
Mais informações: AQUI

quinta-feira, novembro 12, 2009

A TV faz mal aos miúdos? BBC responde

A TV faz mal aos miúdos? A pergunta é velha, quase tão velha como a própria televisão. Tem sentido continuar a fazê-la? Sim, enquanto a TV tiver a centralidade que continua a ter no dia-a-dia dos mais pequenos (e dos mais graúdos também). Sim, faz sentido, na medida em que ajudar a reflectir sobre hábitos e rotinas, sobre os pontos de vista das crianças e dos pais, sobre os estilos de vida que construímos e nos constroem. Sim, quando é também a própria televisão a fazê-lo, como aconteceu recentemente com a BBC, através do seu velhinho programa semanal Panorama. E ao fazê-lo e ao partilhar o programa, leva-nos, a nós próprios, a poder reflectir também. Até para colocar a pergunta: como se pode viver sem televisão nem outros ecrãs? Aqui:



(Fonte e enquadramento: AQUI)

quarta-feira, novembro 11, 2009

Desafios da geração do telemóvel

O número da revista Telos correspondente aos 25 anos de vida desta publicação científica, há dias apresentado, inclui um curto texto do sociólogo catalão Manuel Castells, intitulado "La apropiación de las tecnologías. La cultura juvenil en la era digital". Nele aborda o problema do fosso geracional, mas também o do gap educacional.

Dois ou três fragmentos:
"La condición de ‘nativos digitales' de los jóvenes de hoy les confiere una posición dominante frente a sus mayores. Su uso cotidiano de de los medios digitales de información y comunicación les ha permitido desarrollar nuevas formas de relación y construir sus propios espacios de autonomía colectiva. Las instituciones educativas deben afrontar ya el reto de adecuarse a la realidad de sus públicos para frenar ese desfase cultural-tecnológico que ya es un hecho."

"Observamos hasta qué punto la posesión de un móvil conectado es el bien más preciado, porque esa autonomía comunicativa les permite construir su propio mundo. De la misma forma, los espacios y redes sociales en Internet, ya sean MySpace, Facebook, YouTube, Flickr o Twitter, fueron originalmente desarrollados sobre la base del entusiasmo de los jóvenes por dichas formas de encuentro virtual y de expresión instantánea, sin mediación organizativa o institucional. Así ha surgido el universo de lo que hoy se denomina confusamente como social media, el objeto de deseo de una industria de los medios de comunicación a la deriva porque no sabe cómo situarse en el océano de la autocomunicación de masas".

"Las consecuencias sobre el aprendizaje y la innovación son aún inciertas. Pero lo que sí sabemos es que el actual sistema educativo, empezando por la Universidad, está en desfase cultural-tecnológico total con sus actuales usuarios. De ahí la necesidad de adecuar instituciones y normas a la cultura y tecnología de nuestro tiempo, so pena de aceptar un peligroso cisma entre nuestro mundo y el mundo de nuestros hijos. Un mundo que será el suyo dentro de algunos años".

segunda-feira, novembro 09, 2009

A Internet como “ambiente simbólico”


Clicar para ler ou aceder no original, Página 1 (2 Nov'09)

"Rua Sésamo" faz 40 anos nos EUA e 20 em Portugal


Faz amanhã 40 anos que foi emitido o primeiro episódio daquele que viria a tornar-se num dos mais famosos programas para a infância do mundo - o Sesame Street. Eleva-se a 125 o número de países que adquiriram à Children's Television Workshop os direitos para produzir ou co-produzir séries inspiradas na versão norte-amerciana. E é assim que o programa se diz, conforme as latitutes do mundo, de modos diversos, tais como: Sesame Tree, Jalan Sesama, Vila Sésamo, Galli Galli Sim Sim, Plaza Sésamo, Ulitsa Sezam,Sesamstraat,Hikayat Simsim, 5 Rue Sesame, Sesamstrasse,Rechov Sumsum, Shara’a Simsim, Barrio Sesamo, Alam Simsim.
Curiosamente, acaba também de se completar vinte anos sobre o início da versão portuguesa, co-produzida pela RTP, sob a orientação pedagógica de Maria Emília Brederode Santos. Uma geração de portugueses hoje com cerca de 30 anos fez a sua descoberta do mundo muito apoiada e inspirada por Rua Sésamo. E muitos hoje lamentam que o programa tenha deixado a programação, por razões que podem ser relevantes, mas que não deixam de ser discutíveis, num serviço público, mesmo tendo em conta o esforço feito pela RTP em torno da produção de algo que se lhe aparenta nos objectivos, o Jardim da Celeste.
A ideia de Rua Sésamo foi a de procurar oferecer a crianças em idade pré-escolar um currículo orientado para a aprendizagem lúdica de aspectos relacionados com a literacia básica, o bem estar, o apoio emocional, a exploração do mundo envolvente. Foi, de certo modo, a aposta possível numa vertente da televisão que não estivesse amarrada à mera lógica mercantil e consumista.
Um programa destes mereceria que os media virassem, por um momento, as suas atenções não apenas para aquilo que foi e o impacto que teve entre nós o programa Rua Sésamo, mas para a oferta televisiva que hoje existe para os mais pequenos, em especial os da faixa dos 2-3 aos 5-6 anos. Fora a RTP2, o panorama não parece ser brilhante.

domingo, novembro 08, 2009

Novo colaborador do Educomunicação

Este espaço passou a contar com a colaboração de Fábio Ribeiro, que é mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho e investigador do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da mesma Universidade.
Fábio Ribeiro, a quem damos as boas-vindas, estuda aspectos relacionados com a participação dos cidadãos nos media.

sábado, novembro 07, 2009

Kids Voting USA ou uma forma de educação cívica


Kids Voting USA (KVUSA) é uma organização não governamental norte-americana sem fins lucrativos que se define pela intenção de "manter intacto o futuro da democracia", debatendo-se pelo despertar da consciência cívica e política nos jovens. A actividade do grupo estende-se por todos os 50 estados daquele país e estabelece uma rede nacional de colaboradores que promovem, em conjunto com as escolas, uma aprendizagem gradual sobre os princípios da democracia.

Desde o ensino primário até ao secundário, a KVUSA actua directamente nas salas de aula, sensibilizam o agregado familiar para estas questões e chegam mesmo a simular eleições, para desmistificar um pouco o acto e aproximá-los da realidade.

Com uma actividade que se iniciou em 1988, a organização espera que em 2016 o número de votantes entre os 18 e os 24 anos duplique, ao mesmo tempo que espera verificar um acréscimo significativo de jovens candidatos a cargos políticos.

Não sendo um exemplo de uma instituição que foca a sua atenção para a promoção de uma educação cívica para os media, uma vez que restringe o seu interesse apenas ao campo político, valerá a pena sublinhar este caso, sobretudo se especularmos sobre uma possível migração deste público participante da política para os media. Que efeitos terá uma maior consciência política? A intervenção nos media, por parte dos jovens, poderá beneficiar ou não de um aumento gradual no conhecimento do sistema democrático?

Para saber mais sobre a Kids Voting USA: aqui.

quarta-feira, novembro 04, 2009

Semana da Literacia Mediática no Canadá


Decorre desde segunda e até sexta-feira, no Canadá, pelo quarto ano consecutivo, a Semana da Literacia Mediática. Trata-se de uma iniciativa do Media Awareness Network, uma organização de fins não lucrativos, que se especializou na intervençãoe formação em literacia digital, e da Federação Canadiana de Professores, que representa cerca de 200 mil docentes em todo o país. A empresa detentora do YouTube é uma das principais patrocinadoras da Semana.
O Canadá é um dos países com uma experiência mais longa e uma investigação mais aprofundada no terreno da Literacia mediática. De resto, o 'acquis' que se foi construindo está perfeitamente presente no quadro conceptual e orientador da semana.
Trata-se de uma perspectiva bastante próxima da que tem prevalecido em várias partes da Europa e complementa bem orientações que se têm salientado nos Estados Unidos, por exemplo. É o caso das que se associam a Henry Jenkins ou ao New Media Consortium:
"o conjunto de capacidades e competências relacionadas com a literacia sonora, visual e digital. Tais habilidades e competências incluem a capacidade de compreender o poder das imagens e dos sons, de reconhecer e usar esse poder, de tomar conta e transformar os media digitais, de os distribuir e facilmente os adaptar a novas formas".

Educação para os Media no programa do Governo

O Programa do XVIII Governo, que acaba de ser apresentado à Assembleia da República, inclui, ao que julgamos pela primeira vez em Portugal, a menção ao desenvolvimento da Educação para os Media.
É, porém, de notar que essa referência ocorre num ponto do capítulo dedicado ao "quadro dos incentivos à comunicação social" que passarão também, doravante, a ser concretizados "incentivando a participação dos meios de comunicação social na promoção de hábitos de leitura e no desenvolvimento da educação para os media".
Outra linha de incentivos passará pela "promoção de projectos que representem um efectivo acréscimo de valor social e cultural, incluindo o estímulo à criação de meios de comunicação social comunitários – não comerciais e com finalidade predominantemente social -, tendo em vista o aprofundamento do pluralismo e o reforço da integração de grupos minoritários ou com necessidades especiais".
Refira-se ainda que indirectamente a Educação para os Media surge também associada à televisão pública, já que essa é uma das atribuições que já se encontra plasmada no respectivo contrato de concessão e faz parte do programa do Governo este objectivo:
"Reforçar a legitimação social do serviço público, promovendo a adopção de práticas internas de estudo e reflexão que permitam o apuramento sistemático do cumprimento das exigências de qualidade e diversidade da programação e assegurar o pleno cumprimento das respectivas obrigações legais e contratuais".

terça-feira, novembro 03, 2009

Dar voz às crianças na rádio


Desde esta segunda-feira, a grelha de programas da Antena 1 conta com um novo programa, Portugal dos Pequeninos, onde são entrevistadas crianças dos 3 aos 12 anos.
"O objectivo é dar voz às crianças de Portugal (...) O que pensam sobre política, sobre ambiente, sobre a família. Com que olhos vêem a religião, a educação, o amor. "
Os programas "onde os miúdos são os protagonistas" ficam disponíveis no site da RTP e podem ser escutados na Antena 1 de 2ª a 6ª feira, às 17h56. A realização é de Sónia Morais Santos e a produção, de Joana Jorge.


segunda-feira, novembro 02, 2009

Crianças e (ecos nos) Media


Interessante reflexão sobre as crianças e a Educação para os Media de Sara Pereira, autora deste blogue, em entrevista à Revista Ginko, Saber Viver com os Media:

[A Educação para os Media] sem dúvida que tem papel fundamental na compreensão crítica que as crianças podem fazer das mensagens e dos objectivos da publicidade. No entanto, deve ser sobretudo um meio para prepará-las, mais do que propriamente para protegê-las. Proporciona instrumentos de leitura dos media que as tornam públicos/consumidores esclarecidos, mais exigentes e com capacidades de interrogar mensagens e conteúdos. Se as crianças tiverem oportunidade de desenvolver estas competências ficarão melhor preparadas para viver e conviver com os media em geral. Mais importante do que proibir, retirar ou restringir é educar. Esta é também uma forma de proteger.

Ainda sobre Sara Pereira, a propósito de uma intervenção no seminário «A Cultura da Infância numa Sociedade Democrática: Contributos e responsabilidades - a mais valia da comunicação/informação», o JN dá destaque a um estudo que está a ser realizado na Universidade do Minho, sobre a presença das crianças na imprensa: Crianças em risco fazem vender muitos jornais:
De quase seis mil textos jornalísticos sobre crianças, publicados em 2008 em quatro jornais portugueses, 65% referiam-se a menores em risco. Conclusão: as crianças são "âncoras emotivas" que vendem muitos jornais.