sexta-feira, abril 30, 2010

Bolsa de investigação

Está aberto até ao próximo dia 12 de Maio o concurso para atribuição de duas bolsas de investigação no âmbito do Projecto PTDC/CED/70600/2006 - "Educação para os Media no Distrito de Castelo Branco" (Escola Superior de Educação de Castelo Branco).

"Educação para a Comunicação Social"


(Exercício: contar os pontos negros)

Porquê "Educação para a Comunicação Social"? Foi esta a pergunta que deixei em suspenso, no post do passado dia 28. Aqui fica um primeiro ensaio de resposta. Telegráfico, como um post costuma ser.
Educação para os Media já era um conceito corrente lá fora, nomeadamente na Europa e na Austrália. "Media Education", "Éducation aux Médias" são designações de uso frequente desde pelo menos os anos 80. Na altura, em Portugal, não se pode dizer que fosse uma nomenclatura muito conhecida e, para ser franco, à medida que me fui embrenhando nestes assuntos, não era aquela que mais me agradava. Afinal, que sentido faz educar "para os media"? Para todos os media? Para o que quer que seja que os media façam e difundam? Tem cabimento tomar os media como um objectivo da educação, como se diz, por exemplo, educar para a autonomia ou para a cidadania?
Foi por isso que, perante a necessidade de dar nome a uma nova esfera de formação, instituída na Universidade do Minho, a partir do ano lectivo de 1988-1989, eu tenha optado por Educação para a Comunicação Social. Não posso dizer que tenha sido, nessa opção, excessivamente original. Afinal, na América Latina, em especial, e no Brasil, em particular, tinha-se tornado frequente, naquela altura, a proposta e o uso do conceito de Educação para a Comunicação ou, condensando os termos, Educomunicação [percebem, agora, a razão de ser do nome deste blog?].
Fica, por conseguinte, explicitado porque não se adoptou, há 22 anos atrás, a designação de Educação para os Media. Mas não se justificou ainda os argumentos a favor de Educação para a Comunicação Social.
A Comunicação Social é correntemente associada aos meios de difusão colectiva (ou mass media), mas o conceito é mais amplo e engloba o conjunto de processos e de práticas de comunicação, na sociedade. Neste sentido, configura-se como um meio, mas, ao mesmo tempo, como um fim da vida social. A comunicação é, assim, uma dimensão constitutiva da sociedade, sendo importante - e mesmo determinante - que todos aprendam a comunicar bem, no sentido de ouvir, informar, partilhar e participar, concorrendo para a construção da vida de uma dada comunidade. A Educação para a Comunicação Social é, pois, a formação que deve ter como objectivo último a aquisição e prática da comunicação, nos seus diferentes níveis e modalidades, dando particular ênfase às formas de comunicação mediada. De facto, o extraordinário desenvolvimento dos media de massas, sobretudo na segunda metade do século XX, com a televisão e o seu impacto no espaço doméstico, tornou necessária a aprendizagem de atitudes e comportamentos críticos e activos, quer no plano da leitura das mensagens, quer na compreensão dos seus contextos e lógicas de produção, quer dos quadros sociais de uso e apropriação. A Internet, o telemóvel, os jogos vídeo e as redes sociais só vieram tornar aquele desiderato mais premente, nos últimos 15 anos. Aprender a comunicar (não apenas eficientemente, mas de forma significativa) tornou-se um desafio crucial nos tempos que vivemos. E também paradoxal, visto que temos aparentemente os recursos tecnológicos (ainda que distribuídos de forma assimétrica), mas eles não garantem de per si que comuniquemos bem (ou sequer melhor do que antes) uns com os outros, nas situações do dia a dia, seja entre colegas e amigos, seja na família, no trabalho ou na escola.
Foi por isso que apostámos na Educação para a Comunicação Social. Que chegou a ter um desenvolvimento bastante expressivo e que hoje já não existe como tal. Porquê? Eis o que procurarei apresentar em breve.

quinta-feira, abril 29, 2010

O país e a televisão pública que temos

Uma frase publicada num texto do "Público" pareceu-me apropriada para replicar aqui e para, de alguma forma, lançar uma questão sobre o serviço público televisivo em Portugal. Disse, segundo o jornal, o produtor Pedro Borges da Midas Filmes: "O país é muito melhor do que a televisão pública que temos".

No contexto de uma hipotética privatização da RTP e da sua actual programação como reflexo da definição que a estação faz de serviço público, esta frase despertou-me algum interesse. No (pouco) tempo desde que comecei a dedicar-me à Educação para os Media (ou para a Comunicação Social) que há várias questões que me assombram. Estas são algumas das mais presentes: Que papel existe hoje para o serviço público televisivo no contexto da Educação para os Media? E que papel deveria existir?

Para não falar das questões levantadas pela possível privatização da RTP. Se o país é melhor do que a televisão pública que tem, então não passará o futuro desta pelo aproveitamento, de baixo para cima, desse mesmo potencial?

quarta-feira, abril 28, 2010

Uma perspectiva da Educação para os Media

Um foco de algum 'ruído', quando se encontram pessoas interessadas na relação entre a educação e a comunicação centra-se na nomenclatura. Qual deveria ser a melhor expressão para dizer o que queremos significar? Educação para os Media? Pedagogia dos Media? Literacia Digital? Educação Mediática? Literacia Informativa e Digital?
Todas estas designações terão a sua razão de ser e não têm que se contrapor. Sublinham, porventura, uma dada faceta de um processo que é culturalmente complexo.O que importa saber é se, dessa diversidade de perspectivas ou abordagens, há pontos fortes em comum, que permitam edificar um projecto, um programa, uma política...
Quando, em 1988, fui convidado para leccionar na Universidade do Minho esta matéria, nos cursos de formação de Professores do 1º Ciclo e de Educadores de Infância, o Prof. João Formosinho, que teve nesse processo um papel decisivo, deu-me o privilégio de propor uma designação. E aquela que escolhi foi Educação para a Comunicação Social. Nenhuma das que acima referi, portanto.
Voltarei aqui para explicitar os porquês.

terça-feira, abril 27, 2010

Frase do dia

"Aqueles que não entendem o modo como os media operam, como constroem significados, como podem ser utilizados e como aquilo que apresentam como evidente pode ser questionado e avaliado, esses encontram-se, nas culturas dos nossos dias, em considerável desvantagem".
Len Masterman

"O mundo que perdemos"

De interesse talvez marginal para este blogue, mas pareceu-me importante partilhar o excerto que se segue. Da autoria de Tony Judt, historiador britânico e professor da Universidade de Nova Iorque, faz parte de um ensaio sobre o esquecimento nas sociedades modernas, em particular sobre o esquartejamento do passado, que serve de introdução a um dos seus mais recentes livros.

"A expansão da comunicação, em conjunto com a fragmentação da informação, oferece um contraste significativo mesmo em relação a comunidades de um passado recente. Até às últimas décadas do século XX, a maior parte das pessoas tinha um acesso limitado a informação, mas dentro de um certo Estado ou nação ou comunidade era provável que todas elas partilhassem o mesmo conhecimento, graças à educação nacional, às rádios e televisões públicas e a uma cultura comum de imprensa. Actualmente aplica-se o oposto.

A maior parte das pessoas fora da África subsaariana tem acesso a informação quase infinita. Contudo, na ausência de uma cultura comum para além de uma pequena elite (e por vezes nem mesmo aí), a informação específica e as ideias que as pessoas escolhem ou encontram são determinadas por uma multiplicidade de gostos, afinidades e interesses. À medida que os anos passam, cada um de nós tem menos em comum com os mundos rapidamente multiplicáveis dos nossos contemporâneos, para não falar do mundo dos nossos antepassados."

Tony Judt, Reappraisals: Reflections on the Forgotten Twentieth Century, Vintage Books, 2008.

domingo, abril 25, 2010

Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento

Durante a iniciativa Os Dias do Desenvolvimento, foi apresentada a Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento (ENED), tendo sido também subscrito, por várias entidades, o Plano de Acção para os próximos cinco anos. Das várias personalidades que participaram na Conferência de apresentação da ENED, destaco a intervenção do Secretário de Estado Adjunto e da Educação que abordou a importância do plano de acção da ENDE e que declarou a intenção de reforçar, nos planos curriculares dos vários graus de ensino, diversos níveis de ‘Educação para…’, a saber: Educação para a Paz, Educação para os Direitos Humanos, Educação para o Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável, Educação para a Interculturalidade, Educação para a Igualdade de Género e Educação Global. Aguardei, em vão, a evocação da Educação para os Media. Apesar de ter sido reconhecido o papel dos media “na construção de uma cidadania exigente e participativa” e “na promoção de relações de cooperação internacional e de um desenvolvimento melhor e mais inclusivo”, e apesar também do importante papel de acção e de participação atribuído aos cidadãos, a educação para os media, que pretende formar para um uso crítico e esclarecido dos meios de comunicação, ficou fora da agenda.
Pergunto: sendo os media olhados como “um elemento-chave na construção das imagens do Outro e na percepção sobre os problemas do desenvolvimento”, como se pode pensar uma estratégia de educação para o desenvolvimento sem se considerar a importância de capacitar os cidadãos para lidarem de forma crítica e esclarecida com os media?

Um apontamento mais: a Conferência de apresentação da Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento, prevista para as 10h, começou pelas 10.30h, um atraso registado na maior parte das Conferências. Serão estes atrasos uma boa estratégia (e um bom exemplo) para o desenvolvimento nacional?

O deve & haver do 25 de Abril na educação

A perspectiva é do sociólogo António Barreto e vem publicada numa entrevista que o DN hoje publica com ele, sob o título:"As revoluções são sempre incompletas, sempre":
"Em relação à educação, o que está no haver é a universalização. Todas as crianças, todos os jovens vão à escola, a escolarização é completa, a rede escolar cobre o País inteiro, toda a gente tem acesso à educação e à escola, não há barreiras definitivas. O apoio social é considerável, não é muito grande, mas é considerável, há bolsas de estudo, até mesmo para o ensino secundário e ainda mais no ensino superior. Isto é o que está no haver, está conseguido. Parece um lugar-comum, que é uma coisa simples. Não é. Para Portugal, não é. Portugal puxou o analfabetismo e a falta de educação até muito tarde, só nos finais nos anos 60, meados, nos finais dos anos 60, ainda no antigo regime, é que começou a haver qualquer coisa no sentido de estimular, fomentar a educação. Recordo que o programa do eng. Veiga Simão, quando foi ministro do Marcelo Caetano, era democratizar a educação. A democratização da educação começou ali. Mas, de facto, foi depois do 25 de Abril que as coisas atingiram a dimensão que atingiram. O que está no deve? Que os princípios inspiradores - a teoria geral, a estratégia, a organização filosófica, cultural e política da educação - deram errado. As modas efémeras, as modas pedagógicas, a inversão de tantas funções… o facto de hoje se dizer em Portugal - e creio que noutros países, não é um facto só português - 'o importante são as competências, não é saber.' Isto a meu ver é um erro. Há quem diga que é mais importante uma pessoa saber ler o horário do comboio ou a bula do medicamento do que ler Camões ou Platão, isto é outro erro. A democracia cultural e da educação é dar a toda a gente Platão, Aristóteles, Camões, seja o que for. Isso é que é saber. Substituir por competências é um erro. Dizer que na sala de aula são todos iguais, professores e alunos, é outro erro. Dizer que aprender é um prazer e não um trabalho e um esforço é outro erro. Estes princípios - dizer que a sala de aula é um sítio de aprendizagem, não é um sítio de ensino - são outro erro. São estas inversões nos princípios que presidem à educação que a meu ver deram errado. E deram errado, vejam-se os resultados."

Mediação da Informação: Perspectivas Transversais

No dia 29 de Abril, a Licenciatura em Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação (CTDI ) da Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão do Instituto Politécnico do Porto organiza o IV Encontro de CTDI intitulado "Mediação da Informação: Perspectivas Transversais".

O programa do Encontro, que terá lugar no Auditório da ESEIG, em Vila do Conde, conta com oradores das áreas das Bibliotecas Escolares, da Inovação e do Governo Digital.

O site do IV Encontro de CTDI apresenta mais informações, nomeadamente sobre o programa.

sábado, abril 24, 2010

Workshops em Educação para os Media

Nos passados dias 21 e 22, cerca de 80 crianças e jovens do Ensino Básico e Secundário, e 8 professores, participaram em workshops de Educação para os Media promovidos pela Comissão Nacional da UNESCO no âmbito da iniciativa Os Dias do Desenvolvimento, no Centro de Exposições de Lisboa. Luís Pereira e Sara Pereira, dinamizadores dos workshops, avaliaram positivamente esta experiência que permitiu, aos participantes, pensar sobre a importância dos media para as pessoas e para o exercício da cidadania. Questões da actualidade, a imprensa escrita, nomeadamente os jornais, a Internet e as redes sociais foram alguns dos tópicos trabalhados.
Dado o tempo e a natureza da iniciativa, o objectivo foi sobretudo despertar os jovens para a importância de pensar os media, de pensar o lugar que ocupam nas suas vidas e a relação que estabelecem com eles. Estas temáticas foram desenvolvidas através de actividades práticas, que se pretenderam lúdicas e criativas, evitando orientações escolarizantes e/ou normativas.
A realização dos workshops foi uma forma de comprovar o que Manuel Pinto escrevia há dias neste blogue: “o despertar, a tomada de consciência, o conhecimento - inerentes à educação para os media, podem surgir por múltiplos caminhos. Não têm de ser apanágio do discurso lógico, do percurso racional”. Talvez por isso as crianças e jovens tenham aderido tão bem às propostas.
Ilustram esta mensagem fotos tiradas durante os workshops.







sexta-feira, abril 23, 2010

Uma apresentação e várias incertezas sobre o papel do computador na sala de aula

Surgiu neste blogue, há alguns dias, um pequeno cartaz (que deve estar aqui à direita) a dar a conhecer um estudo que se encontra a decorrer na Universidade do Minho sobre a Educação para os Media em Portugal. Nele, é pedido a quem tenha ligações (ou conheça quem tenha) a projectos nesse campo para contactar Tiago Ferreira, pessoa responsável pela recolha de tais dados.

Assim sendo, eu, Tiago Ferreira, dou-me finalmente a conhecer ao público deste blogue, já com alguns dias de atraso. Espero poder contar com o máximo de colaborações possíveis aí desse lado, para que possamos ter um trabalho final o mais completo possível.

Apresentações feitas, passemos à minha primeira entrada propriamente dita.

Por entre o frenesim das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) brotam pelo meio universitário nos EUA vários casos de professores contra o uso de computadores nas aulas. Este artigo (The Blackboard Versus the Keyboard) da revista Slate dá vários exemplos de professores universitários que decidiram proibir a utilização de portáteis nas salas de aula.

Mais. Uma professora da Universidade do Colorado-Boulder chegou a levar a cabo um estudo não-científico com os seus próprios alunos e notou que os que usavam os portáteis durante as aulas tinham notas, em média, 11% mais baixas do que os restantes. Os hábitos mudaram rapidamente naquela turma.

Por entre justificações em princípio legítimas, como o uso do computador para tirar notas mais rapidamente ou para aceder à Internet de modo a verificar uma ou outra informação, o problema é que o mais habitual é que o portátil seja usado para distrair e não como ferramenta de aprendizagem, como descobriu uma professora da Universidade Winona State no Minnesota. Ao mesmo tempo, um estudo na Roménia mostrou que crianças de famílias de baixos níveis de rendimentos que receberam apoio do governo para comprar computadores melhoraram as suas capacidades técnicas, mas as notas na escola mantiveram-se baixas. O uso dado aos computadores focava-se nos jogos de vídeo e não nos trabalhos de casa.

A questão aqui situa-se nos efeitos das tecnologias sobre os processos de educação e é aplicável a programas de distribuição de computadores em geral. Como escreve um doutorando de Economia da Universidade de Oxford no seu blogue sobre ajuda ao desenvolvimento:

"Quando consideramos a introdução de tais tecnologias nas salas de aula, especialmente em países em vias de desenvolvimento, precisamos de compreender que os efeitos sobre a aprendizagem básica podem ser negativos".

quinta-feira, abril 22, 2010

Acaba de sair

Não li ainda: divulgo a informação que recebi, via ECREA:

Mike Wayne, Julian Petley, Craig Murray, Lesley Henderson (2010)
TELEVISION NEWS, POLITICS and YOUNG PEOPLE: GENERATION DISCONNECTED?
Palgrave

E esta nota de apresentação: "Why are young people alienated from television news? This book argues that contemporary trends indicating deepening disconnection from news about public life reflect problems both with the way television news covers politics - which is the single biggest item on the news - and with the nature of politics itself under neoliberal capitalism. The authors explore the representation of young people and politics on television news and suggest that there are links between these representations and the reason why young people are turned off news programming. They ask both broadcasters and young people what they think can be done to address this issue, and examine the way that young people consume news. The book concludes that the problem is deep-rooted and requires profound changes both in our political culture and in the culture of television news".

quarta-feira, abril 21, 2010

Educação para os Media: conhecer para progredir

Estamos num momento de ténue (mas visível) despertar para a relevância cultural, cívica e educativa da educação para os media. Mas conhecemos mal a nossa própria realidade. E, sem esse conhecimento, é difícil avançar nas tarefas a que importa deitar mãos, para inscrever esta dimensão na agenda pública das questões relevantes.

Ora, para isso e por causa disso, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social ERC) - a quem cabe velar pelo cumprimento da legislação nacional e comunitária com implicações nesse âmbito - solicitou ao Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho que, até Março de 2011, desenvolva um estudo a que foi dado o título "Educação para os Media em Portugal: Experiências, Actores e Contextos". É nesse estudo que boa parte da equipa deste blog está comprometida. E é também por isso que decidiu promover a participação dos leitores portugueses, para que nos façam chegar notícia de iniciativas e projectos em que estejam envolvidos ou de que tenham conhecimento.

O estudo em curso tem a sua própria metodologia, que passa pelo inventário e análise de uma vasta gama de documentos e pela entrevista e visita ao terreno de diversos projectos e programas no âmbito da educação para os media. Mas estamos conscientes de que, sendo a nossa realidade ainda pobre, é, no entanto, mais rica do que aquilo que conhecemos.

O referido estudo articula-se com outras iniciativas que estão em preparação e de que contamos brevemente dar notícia. Elas decorrem de uma dinâmica de encontros que várias instituições de âmbito nacional têm vindo a realizar, no quadro de um grupo informal, que tem em comum a preocupação a educação para os media (literacia mediática e digital). Nesse grupo informal encontra-se o Gabinete para os Meios de Comunicação Social, a Comissão Nacional da UNESCO, o Conselho Nacional da Educação, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, o Ministério da Educação, a UMIC - Agência para a Sociedade do Conhecimento e a Universidade do Minho.

Um primeiro sinal da actividade deste grupo foi dado na passada semana, num encontro realizado em Lisboa, na sede do Conselho Nacional de Educação, no qual um vasto conjunto de personalidades envolvidas em projectos e iniciativas nesta matéria, tiveram oportunidade de dar conta daquilo que que fazem e de se manifestar sobre iniciativas que estão em fase de preparação.

Fica, por conseguinte, aqui reiterado o convite à participação, através de notícia de actividades e iniciativas - mais continuadas ou mais pontuais, de grande vulto ou humildes, já realizadas ou em preparação - que conheçam ou em que estejam envolvidos. Esse contributo será fundamental para uma melhor percepção do ponto onde estamos e para a criação de uma rede de informação e de participação.

A via da surpresa, do riso e da emoção

O despertar, a tomada de consciência, o conhecimento - inerentes à educação para os media, podem surgir por múltiplos caminhos. Não têm de ser apanágio do discurso lógico,do percurso racional. Pode resultar da surpresa, da emoção e até das lágrimas. Vejam esta apresentação de um (sempre) novo produto:

terça-feira, abril 20, 2010

Dias do Desenvolvimento - Workshops em Educação para os Media

Realiza-se a partir de amanhã, no Centro de Congressos de Lisboa, a terceira edição da iniciativa Os Dias do Desenvolvimento , da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação. O tema central desta terceira edição – Cidadania e Desenvolvimento – tem por objectivo “sensibilizar e mobilizar a sociedade para uma cidadania global responsável, informada, consciente e actuante para as questões do desenvolvimento”. Durante dois dias, reúne-se nesta iniciativa um amplo leque de entidades públicas e de organizações da sociedade civil, como ONGD, Associações Empresariais, Universidades, Fundações e Câmaras Municipais.
Neste âmbito, Luís Pereira e Sara Pereira irão dinamizar quatro workshops sobre Educação para os Media para alunos do ensino básico e secundário. Os workshops são promovidos pela Comissão Nacional da UNESCO.

segunda-feira, abril 19, 2010

Uma semana sem TV para 'curtir' a vida

Começa hoje, prolongando-se até domingo próximo, a semana sem TV, uma iniciativa do Center for Screen-Time Awareness (CSTA), uma organização sem fins lucrativos que já se designou TV-Turnoff Network e, no seu arranque, TV-Free America.
Como o nome actual sugere, a iniciativa não é tanto contra a televisão, um meio que, apesar de tudo, continua a ocupar um lugar central no quotidiano de milhões de pessoas, mas, sobretudo, a favor de vidas mais saudáveis. De resto, não é apenas o meio televisivo que está no centro das atenções deste grupo, mas os meios electrónicos em geral.
Fundado há 16 anos, curiosamente como uma organização ambientalista, o CSTA disponibiliza recursos e promove iniciativas que inspirem e motivem uma maior qualidade de vida. Tem recebido apoio de organizações dos Estados Unidos da América como a American Medical Association, a National Education Association e a American Academy of Pediatrics. Actualmente, a semana sem TV é organizada duas vezes por ano, na Primavera e no Outono, procurando a CSTA, deste modo, adaptar-se a diferentes ritmos e contextos das famílias e outras organizações sociais interessadas em envolver-se neste movimento.

sábado, abril 17, 2010

Call for papers - The Journal of Media Literacy Education

Está aberto desde hoje até 1 de Junho de 2010 o período para submissão de artigos para a revista The Journal of Media Literacy Education (JMLE), numa edição especialmente dedicada aos assuntos que abordem a relação entre a literacia mediática e a aprendizagem. Numa época onde novas formas de participação 'online' surgem como parte da socialização das crianças e dos adolescentes, a JMLE privilegia os artigos que reflictam sobre temas como:

- a estrutura da literacia mediática, práticas formais e críticas de leitura de textos, entre as novas formas de participação e envolvimento nos diversos ambientes sociais;

- o alegado silêncio de alguns mass media relativamente às discussões sobre os media digitais e a sua aprendizagem;

- até que ponto o manuseamento das ferramentas digitais pode contribuir para uma 'armadilha técnica';

- como é que as mensagens sobre a literacia mediática e os valores dos media digitais são recebidas pelos jornalistas, políticos, professores, pais, crianças.

O Journal of Media Literacy Education é uma revista interdisciplinar com peer-review que apoia o desenvolvimento da investigação, ensino e métodos pedagógicos relacionados com a literacia mediática. A revista proporciona um fórum de debate entre académicos, investigadores, profissionais dos media e das escolas.

Para mais informações, aqui.

sexta-feira, abril 16, 2010

N@Escolas - iniciativa do DN para os adolescentes

Está a decorrer o N@ESCOLAS, mais uma edição do projecto de marketing do Diário de Notícias dirigido às escolas secundárias e profissionais de todo o país.
Os alunos e professores começam por se inscrever individualmente, ficando o DN com a base de dados assim criada. Numa segunda etapa, inscrevem-se professores e grupos de 3 a 5 alunos. A cada grupo cabe elaborar uma nota biográfica de personagem à sua escolha, sendo que as mais criativas verão a respectiva escola ser contemplada com um "Dia DN", de facto, um road show que envolve figuras públicas e que está, neste momento, prestes a ter início. As equipas das escolas visitadas deverão, posteriormente, elaborar e enviar uma reportagem do dia, sendo escolhidas três para irem a uma final, prevista para o início de Junho próximo e que consiste numa entrevista feita pelos alunos a um conjunto de personalidades seleccionadas pelo DN. A equipa vencedora será premiada com uma viagem, "com possibilidade de fazer a cobertura jornalística de um evento".
Dado haver, neste processo, um contacto dos alunos com alguns géneros jornalísticos, o site do projecto disponibiliza alguns recursos , nomeadamente os seguintes módulos:
Os organizadores estabeleceram como objectivos para este projecto os seguintes:
  • "Fomentar nos jovens participantes hábitos de leitura e interesse pelos acontecimentos do mundo que os rodeia, ambos fundamentais para o correcto exercício da cidadania.
  • Desenvolver o sentido critico na relação com os Media mediante o entendimento dos desafios e escolhas que se colocam a um jornalista de forma a correcta recolha, tratamento e divulgação de informação.
  • Identificar as características e regras do trabalho inerente a uma entrevista e a uma reportagem".
Mais informação: AQUI.

segunda-feira, abril 12, 2010

Primeiros Encontros

Organizada pelo Centro de Competência da Universidade do Minho, terá lugar no dia 14 de Maio de 2010, no auditório do Centro Multimédia Universidade do Minho (Braga), a 1.ª Jornada de Conteúdos Digitais para a Educação, que tem como objectivo partilhar experiências, projectos e descobertas bem como debater as temáticas inerentes ao estado actual e às perspectivas futuras sobre a problemática dos conteúdos digitais.

Sítio da 1.ª Jornada de Conteúdos Digitais para a Educação


Entre os dias 19 e 20 de Novembro 2010 decorrerá no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, nas instalações da ex-Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, o I Encontro Internacional TIC e Educação. O encontro tem como principal finalidade proporcionar um espaço de reflexão sobre práticas de integração e inovação curricular nas escolas portuguesas e em outros contextos de formação e aprendizagem.

Sítio do ticEDUCA2010

domingo, abril 11, 2010

Cidadania inseparável da literacia

No post Curriculum teaches digital literacy and citizenship | Safe and Secure - CNET News, Larry Magid escreve:
"Nos meus mais de 15 anos de ligação à área da segurança na Internet, vi um monte de programas destinados a ensinar as crianças a usar a Internet com segurança, mas muitos perderam essa característica, porque muitas vezes encaram as crianças como vítimas, ou pelo menos como consumidores passivos, ao invés de as tomarem como participantes na nossa cultura digital. Acontece que, neste mundo da Web 2.0, as crianças não são apenas consumidores dos media; elas estão a criá-los e abraçaram conjuntamente os media sociais como parte das suas vidas. Não se põem online, estão on-line - seja num PC, num dispositivo móvel, numa consola de jogos, ou no que vier a seguir".

Uma das questões que aqui emerge é a de saber se basta (e até se é eficaz) um trabalho na área da literacia digital que se paute meramente pela perspectiva informativa e securitário-preventiva. A ideia que transparece deste excerto - de crianças permanentemente conectadas e criadoras - corre o risco de ser, também ela, pouco realista. Mas alerta para um modo de olhar que pode fazer toda a diferença. Questões como a responsabilidade, a ética, o respeito pelos direitos e dignidade dos outros (e nossa) - em suma, a aprendizagem da cidadania digital é indissociável da literacia.

(Para ler o post: AQUI)

sábado, abril 10, 2010

Porquê a Literacia da Informação?


O trabalho que a RBE - Rede de Bibliotecas Escolares tem feito merece destaque. Desde logo o site, que disponibiliza informação relevante, como guiões ou modelos de pesquisa para os alunos. Outro dos méritos é o destaque que dá à Literacia da Informação, definida como "um processo de aprendizagem pelo qual se identifica uma necessidade ou se define um problema; procura recursos eficazes; reúne e consome informação; analisa e interpreta a informação: sintetiza e comunica com eficácia a informação e avalia o processo".

sexta-feira, abril 09, 2010

domingo, abril 04, 2010

sábado, abril 03, 2010

Literacia comunicacional



No post Do Media Literacy, Digital Literacy, and Social Media Literacy Intersect?, pode discutir-se o conceito de literacia dos media ou as sete abordagens que Katlen Tillman propõe para lidar com "as complexidades das comunicações modernas". Há, contudo, um ponto que, por ser raramente considerado e valorizado, merece ser referenciado aqui: a centralidade atribuída à comunicação e às competências para aprender a comunicar.

sexta-feira, abril 02, 2010

Nativos? Imigrantes?

Retomando um assunto já aqui referenciado, o blog EdTechDev sumaria um conjunto de textos e outras referências ao debate em torno dos conceitos nativo vs imigrante digital,considerando que:
The Digital Natives / Digital Immigrants Distinction Is Dead, Or At Least Dying. Mas não é apenas porque alguns decretam que a distinção não faz sentido que os problemas que lhe deram origem desaparecem.

quinta-feira, abril 01, 2010

Re-sintonizando a educação na cultura digital

Uma conferência do argentino Alejandro Piscitelli na Fundação telefónica, em Madrid, em meados do mês passado: AQUI.
A propósito, vale a pena dar um salto ao dossier relacionado com esta matéria, publicado em 2009 pela Revista Universidad y Sociedad del Conocimiento:
  • Monográfico "Cultura digital y prácticas creativas en educación" (Juan Freire): PDF
  • Nuevos perfiles en el alumnado: la creatividad en nativos digitales competentes y expertos rutinarios (Aníbal de la Torre): PDF
  • El papel de la Universidad en la construcción de su identidad digital (Tíscar Lara): PDF
  • Educación online: plataformas educativas y el dilema de la apertura (Enrique Dans)PDF
  • La ineducación del tecnólogo (Jim Groom; Brian Lamb): PDF
  • Facebook: Esa reiterada tensión entre la sobrepromesa y la invención de nuevos mundos (Alejandro Gustavo Piscitelli): PDF