segunda-feira, novembro 29, 2010

Crianças, televisão e telejornais

Os acontecimentos da última semana, em favelas do Rio de Janeiro, que culminaram ontem com o 'assalto' policial no Complexo do Alemão suscitam muitas reflexões, em particular sobre o papel dos media. Duas em especial gostaria aqui de salientar: o papel que teve, no dia de ontem, a cobertura feita a partir de dentro da favela cercada e espiolhada pelos agentes de segurança por parte de um grupo de adolescentes, ligados ao jornal "Voz da comunidade" e o impacte das notícias nos serviços noticiosos da televisão.
No primeiro caso, vale a pena rever a conta do Twitter www.twitter.com/#vozdacomunidade e rever os vídeos que, a partir de telemóveis foram feitos e emitidos via site Justin.tv. O que foi a experiência de miúdos a fazerem e a terem a consciência de fazer aquilo que os grandes e poderosos meios de comunicação não eram capazes de fazer e serem seguidos em diversas partes do mundo (a conta do Twitter passou, num instante, para mais de 20 mil seguidores). Quem acompanhou os acontecimentos pelo Twitter, pôde verificar a repercussão desta iniciativa.
Quanto ao impacto das notícias e imagens destes acontecimentos nos telejornais, refiro apenas o oportuno sinal dado pelo site revistapontocom, aqui. Ele remete-nos para o texto de uma equipa de investigadores, também do Rio de Janeiro - "Crianças, televisão e telejornais", que estudaram esta matéria, olhando-a do lado das crianças. Vale a pena dar uma olhada.

Complemento: Cf, no JN de hoje: "Adolescentes do Complexo do Alemão vencem batalha das notícias no Twitter"

domingo, novembro 21, 2010

"Dez livros para entender que o mundo que vem aí já chegou"

A proposta é de José Luis Orihuela e vem publicada no eCuaderno:


quarta-feira, novembro 17, 2010

Em Castelo Branco tem sido assim



Contextualização: AQUI

terça-feira, novembro 16, 2010

Cidadania e redes digitais

O anúncio é feito pelo blog de Renato Cruz, no site do Estado de São Paulo: vai ser hoje apresentado o livro  Cidadania e Redes Digitais, obra colectiva organizada por Sergio Amadeu da Silveira. Tem a particularidade de estar escrito em português e inglês e de ter sido disponibilizado na web ainda antes do lançamento formal.
Renato Cruz transcreve, da apresentação, este trecho:
“O objetivo da iniciativa foi explorar as relações entre as tecnologias de informação e comunicação e a construção e manutenção de direitos nas sociedades em rede. (…) O livro reúne textos que tratam de diversos aspectos do mundo informacional e suas interfaces com a expansão da cidadania, bem como exploram as ambivalências e as possibilidades da comunicação em redes digitais diante dos desafios de uma esfera pública interconectada. Um dos pontos cruciais dos debates sobre uma cibercidadania é a análise do princípio de neutralidade da rede em relação às possibilidades de bloquear ou discriminar os fluxos informacionais, reivindicado pelos controladores da infraestrutura de conexão. Tal discussão também compõe o cenário de batalhas pela reconfiguração da rede, captadas nesta coletânea como confrontos pela alteração de direitos sociais.”
O download do PDF completo do livro pode ser feito aqui.

segunda-feira, novembro 15, 2010

Media Smart lança concurso nas escolas

Mais mais de cinco mil escolas do 1º e 2º ciclos foram convidades pelo programa Media Smart  a realizar campanhas publicitárias sobre a vida das instituições que frequentam.  Os do 1.º ciclo prepararão uma campanha de promoção da escola junto da comunidade. Os alunos de 2.º ciclo, por sua vez, são desafiados a criar uma campanha de combate ao abandono escolar, "com destaque para o estudo e a importância da escolaridade".
Depois de ter sensibilizado os alunos para o universo dos anúnicos, o programa pretende agora pô-los a produzir. Em Junho do ano que vem serão conhecidas as escolas premiadas.

domingo, novembro 14, 2010

Conferência inaugural do Mestrado Educación y Comunicación Audiovisual

Los retos de la alfabetización mediática en el siglo XXI foi o tema da conferência proferida no passado dia 8 por José Manuel Pérez Tornero, professor na Universidade Autónoma de Barcelona, na sessão inaugural do Mestrado Interuniversitário Educación y Comunicación Audiovisual. Este curso, coordenado por Ignacio Aguaded, é ministrado pela Universidade de Huelva e pela Universidade Internacional de Andalucía e conta com a colaboração de professores portugueses, nomeadamente do Departamento de Ciências da Comunicação da UM.
O video da conderência pode ser visionado aqui.

quinta-feira, novembro 11, 2010

terça-feira, novembro 09, 2010

UM acolhe Congresso Nacional sobre Literacia, Media e Cidadania

Vai realizar-se na Universidade do Minho, nos dias 25 e 26 de Março de 2011, um Congresso Nacional sobre Literacia, Media e Cidadania. Esta iniciativa servirá para uma tomada de consciência daquilo que vai sendo feito na área e para uma definição mais clara do muito que falta fazer e dos melhores caminhos para avançar nessa direcção.

O Congresso é da responsabilidade de várias entidades que têm vindo a desenvolver reuniões há cerca de um ano, entre as quais figura o CECS, constituindo um grupo informal de que também fazem parte a Comissão Nacional da UNESCO, o Conselho Nacional da Educação, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, o Gabinete para os Meios de Comunicação Social, o Ministério da Educação e a UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento.

O Congresso Nacional sobre Literacia, Media e Cidadania terá cinco vertentes: intervenção, formação, investigação, políticas e mostra de serviços e produtos.

Destina-e a professores e responsáveis de todos os níveis e tipos de ensino e educação, profissionais e gestores das diferentes áreas dos media, investigadores ligados aos cruzamentos das áreas da comunicação, educação, indústrias culturais, TIC, animadores de projectos e programas orientados para a educação para os media e literacia digital, bibliotecários, e a agentes de diversos âmbitos ligados à definição e implementação de políticas relacionadas com a educação para os media e literacia digital.

Toda a informação pode ser consultada no site do Congresso:
http://literaciamediatica.pt/congresso/

sexta-feira, novembro 05, 2010

Nicholas Negroponte em entrevista ao "El Pais"

El arquitecto y evangelizador tecnológico puso en marcha un centro tecnológico de referencia mundial, el MediaLab del MIT, en Boston. Desde hace más de una década ha hecho de la educación su bandera. Su última cruzada fue la creación de un ordenador de reducidas dimensiones y menos de cien dólares para los niños en países pobres.

A reter:
P. Desde que escribió su libro, la forma de hacer política también ha cambiado mucho. ¿Cómo lo ve en el futuro?
R. En las últimas semanas he visto el mayor cambio en mucho tiempo. Pusieron una fotografía de papel delante de una niña de tres años. Para verla mejor, dio un pellizco en ella, como si fuera una pantalla, pero se dio cuenta de que no tenía efecto sobre el papel. La manera de entender el mundo de esa niña no tiene nada que ver con la nuestra. Cuando tenga que votar habrá sido mucho más activa durante toda su vida. Hablarán diferente, se comunicarán de otra manera. En los últimos años la ciudadanía se ha hecho más activa. Da igual que se haga una declaración en una universidad o en un gran acto porque se difunde por Twitter, Facebook, blogs. Cualquier acto público pasa a ser relevante. Es todo un mundo nuevo.

Entrevista completa no "El Pais".

quarta-feira, novembro 03, 2010

Discussão do dia

Porque já não faz sentido que nos fiquemos pela citação do dia, parece-me que seria interessante discutir o mais recente editorial de Francisco José Viegas na revista Ler, à luz da citação que coloquei no blogue ontem.

Apelo à paciência dos leitores porque segue-se um excerto significativo, necessário para enquadrar as ideias do director da publicação. Partindo do livro de Maria do Carmo Vieira, O Ensino do Português, Francisco José Viegas tece duras críticas ao trabalho do Ministério da Educação nos últimos anos. Aqui fica o pedaço que mais dirá respeito a este blogue:
"A leitura do magnífico livro de Maria do Carmo Vieira fornecerá abundantes casos de estudo, exemplos de como o absurdo se instalou nas escolas a partir de directivas elaboradas por técnicos insensatos e imunes à discussão e à crítica, além de mostrar que ainda é possível recuperar o tempo perdido. Como? Em primeiro lugar, acabando com o poder absoluto da classe de «pedagogos teóricos» que adquiriram o estatuto de inimputabilidade no Ministério da Educação e que, como escreve Carlos Ceia - citado no livro - transformou «o programa de Língua Portuguesa» num «programa de Práticas de Secretariado». A substituição da «Literatura» pelos altíssimos ideais da «competência comunicativa», da produção e leitura dos «textos reais», da «interacção oral» e da «linguística pragmática», obedece ao princípio não só absurdo, mas também preguiçoso e pernicioso, de que o « fundamental é saber que eles saibam ouvir, falar, ler e escrever» - o que é suficiente para a produção de uma classe de burocratas ignorantes, com pouca vontade de aprender ou melhorar os seus conhecimentos, aptos a servir máquinas comerciais ou o aparelho de Estado.

Exagero? Não. Basta ler alguns dos documentos fornecidos por esses buracos negros que tomaram conta do Ministério da Educação nas últimas décadas. O seu empenho no «real» leva-os a menosprezar, com altivez e a arrogância dos medíocres, tudo o que seja o contacto com a Literatura, a História ou a Filosofia (vistas como excrescências e excedentes), em benefício da leitura de textos publicitários, comerciais ou «jornalísticos», de «adequação ao real», como se o «real» fosse uma categoria e a escola uma fábrica de funcionários do Estado e das grandes corporações (por este caminho, as aulas de Português incluirão o estudo de quadros de Excel, acrescentando-se à análise de «telejornais, noticiários, entrevistas, concursos, publicidade, pequenos anúncios, horóscopos, palavras cruzadas, regulamentos, requerimentos, atestados médicos», etc.)."
Eu próprio, na minha tenra idade, serei produto do sistema atrás criticado.

terça-feira, novembro 02, 2010

Citação do dia (atrasada)

Com um atraso de alguns dias, que atribuirei ao fim-de-semana prolongado, aqui fica algo que considero merecer algum destaque para discussão, retirado da entrevista de Fernando Savater na revista Atual da mais recente edição do jornal Expresso:
Expresso: Se a escola estivesse organizada em ambiente democrático, os estudantes não poderiam aprender a cidadania pelo exemplo e prática?

FS: A escola não é democrática. Nem deve sê-lo. A escola é a preparação para a democracia. Uma aula é hierárquica. O professor está sempre acima dos alunos. A escola deve estar a preparar os jovens para ser cidadãos. A escola não tem os mecanismos da democracia nem deve ter.

(...)

As aulas não são uma reunião de amigos nem um recreio. São um lugar onde se transmite conhecimento. Toda a gente aceite e entende que um treinador de futebol dê ordens aos seus jogadores. Já o mesmo modelo numa escola parece que começou a ser (erradamente) entendido como algo escandaloso.