sexta-feira, dezembro 31, 2010

Bom ano novo

Para todos os leitores e visitantes deste blog, onde quer que estejam, aqui vai o desejo de um bom ano de 2011. Que ele traga passos novos e inovadores para tornar a educação para os media um assunto cada vez mais central nas preocupações das políticas públicas, em prol de uma cidadania esclarecida e participativa.

sábado, dezembro 18, 2010

"Não tanto, enfim, meios que falam, mas meios para falarmos"

“No que toca ao uso de medios na educação, benvindos sejam, desde que aplicados critica e criativamente ao serviço de um projecto pedagógico
  • que vá para além da mera racionalidade tecnológica; 
  • como meios de comunicação e não como simples meios de transmissão;
  • como promotores do diálogo e da participação; 
  • para gerar e potenciar novos emissores mais do que para continuar a fazer crescer a multidão de receptores passivos;
  • não tanto, enfim, meios que falam, mas meios para falarmos" 
Mario Kaplun
Periodismo cultural- La gestión cultural ante los nuevos desafíos - Chasqui, nº 64, Dezembro 1998

sexta-feira, dezembro 17, 2010

Desconstruir a "neutralidade da internet"

A "neutralidade da internet" é um assunto há anos na ordem do dia, especialmente em países, como os Estados Unidos da América, que mais poder de iniciativa possuem no terreno da definição e controlo da infraestrutura. Há quem a explique de uma forma talvez simplista, mas certamente elucidativa: oposição a uma internet para ricos e outra para pobres.
O Media Literacy Project

decidiu fazer desta questão (politica e economicamente) sensível objecto de análise, partindo da desconstrução de um anúncio publicado em jornais dos EUA sobre o asunto. Vale a pena consultar aqui: Deconstruct this!

Livro de Dan Gillmor acessível na web

De acordo com o site Boingboing, o novo livro de Dan Gillmor Mediactive, já referenciado neste blog, constitui uma masterclass do jornalismo do século XXI que supõe novos media da geração da Internet. Deste ponto de vista, ele interessará tanto a jornalistas como a todos quantos acompanham o jornalismo, enquanto produtores e utilizadores. Vale também pelo prefácio que traz da autoria de Clay Shirky.
Outra boa novidade é que Mediactive está disponível para download livre (também em PDF). Por outro lado, o site de Gillmor, também intitulado Mediactive, publica mais recursos relacionados com este livro.

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Agenda Digital: Plano de Acção do 'E-Government' para facilitar o acesso aos serviços públicos da UE

A Comissão Europeia apresentou hoje um plano ambicioso de trabalho para todos os Estados Membros, relacionado com as autoridades públicas, no sentido de expandir e melhorar os seus serviços via Internet. Este novo plano, que foca sobretudo as questões colocadas à governação dos diversos países em matéria de serviços públicos online [E-Government] prevê cerca de 40 medidas específicas para os próximos cinco anos para ajudar cidadãos e empresas na utilização de recursos online: registar uma empresa, candidaturas de acesso à segurança social e benefícios de saúde, a uma vaga num estabelecimento de ensino superior, adquirir bens ou aceder aos serviços públicos de finanças, entre outros.

Em termos de medidas concretas do plano, poderíamos destacar algumas, tais como:

-implementação de uma rede de segurança de dados dos governos, através de um portal único onde as informações possam ser consultadas e os procedimentos realizados numa única plataforma online;

- desenvolvimento de um sistema de identificação europeu, uma espécie de bilhete de identidade europeu para facilmente aceder aos serviços prestados pela Comissão, como criação de empresas, deslocações aos estrangeiro por motivos académicos, trabalhar fora do país de origem e burocracia inerente, entre outros ;

- permitir que os cidadãos e as empresas possam acompanhar em tempo real o progresso das suas transacções com os serviços governamentais, num esforço de maior transparência e abertura.

Promover o 'E-Government' - defende a Comissão - pode ajudar a fomentar a competitividade na Europa e permitirá às autoridades públicas oferecer melhores serviços e reduzir custos orçamentais, bem como em termos de economia de tempo.

É por isso que este plano é considerado pela UE 'fundamental', inscrito no programa 'Agenda Digital para a Europa 2015'. A Comissão pretende, em cinco anos, que 50 por cento dos cidadãos e 80 por cento das empresas estejam já familiarizados com os serviços públicos de governação online.

Neelie Kroes, vice-presidente da Comissão para a Agenda Digital, reitera que «este plano de governação online ajudará as autoridades públicas a usar as tecnologias de informação e comunicação na oferta de melhores serviços e a preços mais reduzidos de manutenção, enquanto trabalham para facilitar a vida de pessoas e empresas, nos termos de acesso aos serviços públicos».

Para consultar o plano com mais detalhe, aqui.

terça-feira, dezembro 07, 2010

O que mostra e esconde o PISA

"Há miúdos que lêem bem, mas que, no digital, se perdem ao terceiro clic", alertava há dias, em entrevista ao diário El País, Andreas Schleicher, responsável pelo Relatório PISA, da OCDE, hoje apresentado em Lisboa, no que a Portugal diz respeito.
Habitualmente, a cobertura mediática não vai além dos resultados que os adolescentes de 15 anos apresentam em Matemática, Ciências e Leitura, bem como da posição de cada país no contexto dos 65 países participantes. Vale, por isso a pena conhecer as reflexões do responsável por este relatório.
Referindo-se a Espanha, alude aos desafios que o sistema educativo enfrenta nestes termos:
"Principalmente, cambiar un sistema que ha estado muy centrado en la reproducción de los contenidos de unas materias para ir a otro que enseñe a los alumnos a pensar, a aplicar de forma creativa lo que saben, en el que se deje de decir a los profesores qué tienen que hacer, qué tienen que enseñar, para articular en su lugar lo que los alumnos deben ser capaces de hacer y que los docentes decidan qué y cómo enseñar para llegar a conseguirlo. Eso es muy difícil.".
O diálogo com o jornal prossegue com comentários generalizáveis também a outros contextos:
P. Pero los currículos, las escuelas, el sistema entero no está preparado para ese cambio, ni en España ni en la mayoría de países.

R. Es cierto. El sistema educativo no es capaz de ver ni oír cómo está cambiando el mundo, pero lo está haciendo y no se puede detener.

P. Los cambios vienen en gran parte de la mano de las tecnologías. Una de las novedades del último examen PISA es que se ha añadido una prueba más, de lectura digital. ¿Por qué?

R. En el pasado, si te hacían una pregunta, ibas a la enciclopedia, encontrabas una sola respuesta y podías creer que era verdad. Pero en el medio digital, buscas en Google y te aparecen 20.000 respuestas distintas. Tú tienes que decidir cuál es relevante, cuál apropiada, cuál verdadera. Tienes que manejar la ambigüedad, evaluar. Y eso es lo que queríamos medir, las estrategias de los chavales cuando manejan un hipertexto con varios niveles de los que solo ves una pequeña parte.

P. ¿Y lo han conseguido?

R. Absolutamente. De hecho, hemos visto que hay jóvenes que son perfectos lectores de libros, pero cuando manejan un hipertexto se pierden al tercer clic. Es imprescindible saber leer, pero eso no te garantiza saber leer en el mundo digital.

P. ¿Por qué cree que el informe PISA ha tenido tanto éxito, mucho más que otras pruebas internacionales?

R. A diferencia de otras pruebas, que son simplemente exámenes sobre los contenidos curriculares, PISA conecta lo que los alumnos saben hacer con el contexto de aprendizaje, los recursos, el contexto social y económico para entender por qué algunos países lo hacen mejor que otros.

domingo, dezembro 05, 2010

Jornais abrem-se aos "pequenos" jornalistas

São duas iniciativas interessantes de dois jornais diários. Uma bem fresquinha, denominada "Media Lab", inaugurada ontem , do "Jornal de Notícias" (Portugal); outra já existente há uns tempos, em Espanha, que se chama "El Pais de los Estudiantes: Periodismo en las Aulas".

JN inaugura Media Lab: espaço para "pequenos" jornalistas
O Jornal de Notícias inaugurou, este sábado, no Porto, um espaço educacional dedicado aos mais novos. No "Media Lab", os jovens poderão conhecer a história do jornal, saber como se faz o JN e tomar contacto com as diversas plataformas de informação do Jornal de Notícias.
Ver vídeo, aqui.

"El Pais de los Estudiantes: Periodismo en las Aulas"
Em Espanha, o jornal "El Pais" há já uns tempos que aposta nesta área e de uma forma aparentemente mais sofisticada e abrangente... Tem um projecto disponível em linha chamado "El Pais de los Estudiantes: Periodismo en las Aulas", em que já estão a trabalhar mais de 45 mil alunos e 7 mil professores.
Mais informação, aqui.

sábado, dezembro 04, 2010

"Dar o nome aos bois"

Provavelmente nunca chegaremos a uma forma consensual, e menos ainda universal, de designar "a coisa" que é objecto deste blog. Aqui, demos-lhe o nome de Educomunicação. Estamos, bem o sabemos, bem acompanhados, mas não necessariamente satisfeitos ou desatentos às movimentações e procuras que por cá e lá por fora existem.
Para termos uma ideia das veredas e caminhos para exprimir esta preocupação pelo lugar dos media, das mediações e da comunicação nas nossas vidas privadas e públicas, demo-nos ao trabalho de introduzir no motor de busca do Google aqueles termos e expressões de pesquisa que nos surgem mais frequentemente, pelo menos nas línguas que nos são mais próximas (excluímos o italiano porque cada vez mais vemos ser utilizada neste país a forma inglesa de "media education").
O resultado foi aquele que o quadro abaixo mostra e que exige algumas, quiçá muitas, notas e comentários, de que se deixam abaixo apenas os mais fáceis para a interpretação de alguns dos dados. 

Relativamente aos casos de "Information literacy", a expressividade do número de resultados relaciona-se com a ênfase que lhe tem sido dada no âmbito das ciências da informação e, em particular, no âmbito das bibliotecas. Ainda que, em anos recentes, se registem cruzamentos interessantes da informação com a democracia e a cidadania participativa.  Quanto ao caso da Pedagogia da Comunicação, importa observar que ela é usada há bastante tempo em contextos como o ensino das línguas e os estudos e práticas de promoção da comunicação humana.
São bem-vidas outras observações e comentários a este quadro.

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Literacias do século XXI

O National Council of Teachers of English (NTCE), dos Estados Unidos da América faz uma aposta clara nas novas literacias que podem, naturalmente favorecer o desenvolvimento das competências linguísticas e tem mesmo uma "declaração" sobre o assunto. Foi aprovada em 2008 pelo seu Comité Executivo e tem por título "The NCTE Definition of 21st Century Literacies". Ei-la:
Literacy has always been a collection of cultural and communicative practices shared among members of particular groups. As society and technology change, so does literacy. Because technology has increased the intensity and complexity of literate environments, the twenty-first century demands that a literate person possess a wide range of abilities and competencies, many literacies. These literacies—from reading online newspapers to participating in virtual classrooms—are multiple, dynamic, and malleable. As in the past, they are inextricably linked with particular histories, life possibilities and social trajectories of individuals and groups. Twenty-first century readers and writers need to:
  • Develop proficiency with the tools of technology
  • Build relationships with others to pose and solve problems collaboratively and cross-culturally
  • Design and share information for global communities to meet a variety of purposes
  • Manage, analyze and synthesize multiple streams of simultaneous information
  • Create, critique, analyze, and evaluate multi-media texts
  • Attend to the ethical responsibilities required by these complex environments
Mais recursos sobre o assunto no site do NTCE: AQUI.