segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Apontamentos sobre a apresentação do Booklet “Internet e Redes Sociais – Tudo o que vem à rede é peixe?”


Integrado na iniciativa “Redes Sociais e Literacia Digital” que serviu para assinalar o Dia Europeu da Internet Segura (que se comemorou este ano a 8 de Fevereiro), foi lançado na passada sexta-feira, no Auditório Vita, em Braga, o booklet “Internet e Redes Sociais – Tudo o que vem à rede é peixe?”, da autoria dos investigadores do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho e autores deste blogue, Luís Pereira, Manuel Pinto e Sara Pereira.

Num auditório onde estiveram presentes mais de 150 pessoas, Manuel Pinto deu início à apresentação da brochura numa intervenção dedicada ao tema “Os Media e as Crianças - a importância da investigação”. O investigador defendeu a divulgação da investigação sobre a vida das crianças e dos media, para que não fique remetida a gente da academia, para que possa ser partilhada por um público mais vasto, entre pais e educadores. Sobre o tema em concreto deste livro, Manuel Pinto referiu que a sociedade não deverá ter uma postura de protecção das crianças relativamente à Internet. Pelo contrário, «deve capacitá-las, reconhecendo os perigos e a necessidade de estarmos apetrechados para essas ameaças», afirmou. O docente referiu ainda que este booklet procura alertar a consciência para a necessidade de «fazer cidadãos mais críticos e activos na sociedade».

Por sua vez, na intervenção dedicada ao tema “Educação para os Media: das ideias à acção”, Sara Pereira sublinhou que «a literacia mediática ainda não é uma realidade no nosso país, entre várias razões, pela falta de recursos, de materiais educativos que ensinem, por exemplo, os pais a lidar com estas questões». Contextualizando o lugar da literacia mediática em diversos documentos oficiais de entidades como a UNESCO ou a Comissão Europeia, a investigadora debateu ainda a forma como a família, a escola e os media estão enredados num sistema de crenças marcado pelo desleixo ou «pelo medo do mundo e dos seus perigos», ao mesmo tempo que defendeu uma abertura inquieta e crítica dos cidadãos perante os media. Por último, referiu que o livro «não é um receituário, mas procura dar pistas, sugestões, que cada um deverá adaptar ao seu projecto educativo».

Ademar Aguiar, fundador da empresa Tecla Colorida, uma spin-off do INESC Porto e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, foi convidado para apresentar o booklet, relembrando que é dirigido às famílias, professores e demais educadores, sobre a Internet, com especial enfoque nos usos das Redes Sociais. Aguiar referiu que «o livro é bastante agradável de ler, simples e acessível a todos», antes de fazer uma breve retrospectiva do percurso da evolução da Internet, até debater alguns pontos relativamente às redes sociais que, segundo o próprio, «dominam a actualidade», Sublinhou igualmente a ideia de que «em vez de proteger é importante explicar, mostrar e não ocultar às crianças de que são feitos os chamados softwares sociais, como o Facebook, ou os chats de conversação». Relativamente ao livro, o convidado destacou, entre outros aspectos, as dez partes que o compõem, a recolha de desenhos de crianças sobre redes sociais e o «equilíbrio, o juízo pessoal, em detrimento do pessimismo versus optimismo em relação a este tema».

O booklet “Internet e Redes Sociais – Tudo o que vem à rede é peixe?” é o terceiro e último número de uma colecção, EduMedia, produzida no âmbito do projecto “Media Education in Booklets: Learning, Knowing and Acting” e que foi premiada com o “Evens Prize for Intercultural Education 2009 – Media Education”.

Recorde-se que o primeiro booklet, intitulado “Como TVer”, foi lançado em Novembro de 2009, tendo o segundo sido subordinado ao tema “Vídeojogos – Saltar para outro nível” (Junho de 2010).
Fotografia: Vítor de Sousa

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